O subsecretário de
Segurança Pública da Bahia, Ari Pereira, atirou contra um grupo de cerca de mil
integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) que acampam,
desde segunda-feira, 09, no Centro Administrativo da Bahia - bairro que concentra
os prédios da administração estadual. Segundo os integrantes do movimento, ele
fez três disparos. Ninguém ficou ferido, mas uma das portas da sede da SSP foi
danificada com um tiro.
A confusão ocorreu por volta das 8 horas da manhã desta
terça-feira, 10, quando os acampados, que até então ocupavam a área externa da
sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) na Bahia,
decidiram ir até o prédio da Secretaria de Segurança Pública (SSP). Eles
protestavam contra a demora na investigação sobre o assassinato de Fábio
Santos, um dos líderes do movimento no sul do Estado, morto a tiros em abril,
no município de Iguaí, 497 quilômetros ao sul de Salvador.
Segundo as lideranças do movimento, assim que a manifestação
chegou à sede da secretaria, Pereira teria começado a disparar. Imagens
captadas por integrantes do MST mostram o subsecretário empunhando uma pistola,
apontando na direção dos manifestantes.
A assessoria de imprensa da SSP confirmou que Pereira atirou, mas
apenas uma vez, como "advertência". O órgão justificou que o
subsecretário agiu para defender os servidores que já estavam no prédio de uma
invasão - segundo a assessoria, integrantes do movimento, armados com foices,
facões e pedaços de madeira, chegaram a entrar no prédio antes do disparo, o
que foi negado pelo MST. Após o tumulto, os manifestantes resolveram montar
acampamento na frente da secretaria.
Durante a tarde, o secretário de Segurança, Maurício Barbosa,
recebeu os líderes do movimento para uma reunião, na qual foi discutida a
investigação sobre o homicídio. Pouco depois, o MST desmontou o acampamento na
frente do prédio. Em nota, Barbosa disse que "sempre se reúne com
movimentos sociais" para "solucionar problemas ligados à pasta",
mas qualificou como "intolerável" a invasão de um prédio público -
"notadamente um que sedia a segurança pública", disse.
Fonte: Noticia ao Minuto
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