O ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva quer evitar a realização de prévias para a escolha do
candidato do PT à Prefeitura de São Paulo. Seis nomes se colocam como
pré-candidatos, mas nenhum deles com chances reais de vitória. Fernando Haddad,
o preferido do PT, foi descartado pelo próprio Lula. Haddad se recusa a encarar
uma nova candidatura municipal. Diante do impasse, o ex-presidente tem falado
na possibilidade de uma "novidade".
Lula
tratou da necessidade de evitar prévias na maior cidade do País em reunião com
dirigentes e pré-candidatos realizada no dia 6, no Instituto Lula. A escolha do
candidato está marcada para o dia 15 de março. O ex-presidente quer uma
definição antes desse prazo.
"Estamos fazendo um esforço para evitar as prévias,
mas o calendário (de debates entre os pré-candidatos) será mantido, a não ser
que se construa um nome de consenso", disse o presidente municipal do PT
de São Paulo, Laércio Ribeiro.
O "nome de consenso", hoje, é o de Haddad. Mas
o ex-prefeito já disse reiteradas vezes que não quer se candidatar, e Lula tem
endossado a vontade de Haddad dizendo que, depois de receber 47 milhões de
votos na eleição presidencial de 2018, o ex-prefeito deve ser preservado como
uma alternativa de projeto nacional.
Na quarta-feira,
15, em entrevista concedida à TVT, emissora ligada ao Sindicato dos
Metalúrgicos do ABC, o ex-presidente deixou claro que o partido terá de buscar
uma opção ao ex-prefeito. "É sabido que o companheiro Haddad não quer ser
candidato. E, quando a pessoa não quer ser candidata, é bom você não forçar. O
PT vai ter que escolher outro companheiro."
Os deputados federais Alexandre Padilha, Carlos Zarattini
e Paulo Teixeira, o vereador Eduardo Suplicy, o ex-deputados Jilmar Tatto e o
ex-vereador Nabil Bonduki são os nomes colocados até agora.
Na entrevista à TVT, Lula disse que todos eles têm
currículo para pleitear a indicação, mas precisam transformar isso em
"apoio popular", ou seja, votos. Setores importantes do PT ainda
mantêm a esperança de que Haddad seja convencido a mudar de ideia. Lula tem
falado na possibilidade de surgir uma "novidade" na disputa. Seria um
nome vindo da sociedade civil.
Além de trabalhar pela construção de um nome de consenso
em São Paulo, o PT tem buscado se aproximar da ex-prefeita Marta Suplicy (sem
partido). Tatto e Haddad se reuniram recentemente com ela no escritório
político do marido de Mata, Márcio Toledo. Na reunião ela reiterou que está
disposta a colaborar, mesmo que seja sem integrar a chapa. Marta está em busca de
partido. Os mais prováveis são PDT ou Solidariedade.
O Grupo de Trabalho Eleitoral (GTE) do PT se reúne nesta
sexta-feira, 17, em São Paulo para discutir o quadro eleitoral em todo o País.
Na reunião também será empossado o novo diretório nacional, escolhido em
novembro, e haverá eleição da nova executiva do partido. Até quinta-feira (16),
a corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), a maior do partido, não havia
chegado a acordo sobre a escolha do próximo tesoureiro.
Márcio
Macedo, um dos vice-presidentes, e Wagner Freitas, ex-presidente da CUT,
disputam o cargo com apoio do PT do Nordeste e de São Paulo, respectivamente.
Uma saída pode ser a indicação da atual secretária de Organização, Gleide
Andrade, que é de Minas Gerais.
As
informações são do jornal O Estado de S. Paulo.