O ex-ministro
da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro afirmou no depoimento à Polícia
Federal (PF), cujo teor foi divulgado nesta terça-feira, 5, que identificou
"várias outras mensagens" no próprio telefone celular, que, de acordo
com ele, podem ser provas "relevantes" para a investigação das
acusações de interferência que fez contra o presidente Jair Bolsonaro.
Moro
afirmou que, entre essas mensagens, há uma sobre inquérito no Supremo Tribunal
Federal (STF) e outra que mostraria uma determinação de Bolsonaro de que o
então delegado-geral da PF Maurício Valeixo seria "substituído essa
semana, a pedido ou ex officio".
De acordo com o depoimento, o ex-ministro da Justiça e
Segurança Pública indica como "elementos de prova", além do próprio
testemunho, mensagens que recebeu do presidente em 23 de abril e já divulgadas
e o "histórico de pressões" para troca na Superintendência da PF no
Rio e da direção-geral da corporação que foram "objeto de declarações
públicas do próprio presidente da República".
Moro
citou como provas também as declarações de Bolsonaro no pronunciamento feito no
dia de sua demissão no qual o presidente admite, segundo o ex-ministro, trocar
dois superintendentes da PF "sem apresentar motivos", além da
substituição de Valeixo por "motivo inconsistente".
Para Moro, são provas ainda declarações de Bolsonaro na
reunião com o conselho de ministros no dia 22, que, de acordo com o ex-titular
da Justiça, "devem ter sido gravadas como é a praxe" e na qual o
presidente admite a intenção de substituir o comando da PF no Rio, Valeixo e
até o próprio ministro.
Moro afirmou também que podem ser solicitados à Agência
Brasileira de Inteligência (Abin) protocolos de encaminhamento dos relatórios
de inteligência que demonstrariam que Bolsonaro já tinha acesso a informações
de inteligência da PF às quais "legalmente tinha direito". O
ex-ministro também disse que Valeixo e o então superintendente da PF no Rio,
Ricardo Saad, além de ministros militares, poderiam confirmar seu depoimento.
Bastidores do Poder
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