O
Ministério da Saúde (MS) confirmou mais quatro casos de coronavírus no Brasil,
totalizando seis em São Paulo, um no Rio de Janeiro e outro no Espírito Santo.
Segundo o secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson de Oliveira, o caso
confirmado no Espírito Santo entrará no banco de dados do ministério nas
próximas horas, mas já está confirmado.
Com a atualização dos dados
de hoje, o Brasil tem 636 casos suspeitos e oito confirmados. Os casos
confirmados estão em isolamento domiciliar. O caso do Espírito Santo é uma
mulher de 37 anos, com histórico de viagem.
O caso
confirmado no Rio é de uma mulher de 27 anos, que fez
viagem à Itália e Alemanha entre 9 e 23 de fevereiro. Ela sentiu os primeiros
sintomas ainda durante a viagem, em 17 de fevereiro. A paciente teve febre,
falta de ar e apresentou coriza. Foi atendida, no Brasil, no dia 2 de março.
Além disso, existe um caso
confirmado no Distrito Federal, após exame feito por um laboratório particular.
O ministério ainda aguarda a contraprova, realizada por uma instituição
credenciada pelo Ministério da Saúde para realizar o exame, para confirmar
oficialmente. Trata-se de uma mulher, de 53 anos, que viajou pela Inglaterra e
Suíça.
Existe um caso atípico em
São Paulo, também dentre os confirmados. Uma jovem de 13
anos retornou da Itália, não apresentou sintomas, mas
teve a presença do vírus confirmada no organismo. Ela procurou atendimento
médico por outro motivo, ter rompido um tendão. E, durante os procedimentos
médicos, os exames detectaram o vírus.
Isso não significa que essa
jovem pode transmitir o vírus. Segundo o secretário de Vigilância em Saúde do
Ministério da Saúde, ela não está em isolamento e não transmitiu o vírus a
ninguém. “Ela teve a presença, a identificação, de fragmentos do vírus. Ela
pode ir para escola, vida que segue. Ela é um portador assintomático, mas não
quer dizer que esse vírus pode ser transmitido. O vírus não é viável, ele está
fragmentado. As pessoas próximas não pegaram”.
De acordo com Wanderson de
Oliveira, o Brasil passou a ser um país com transmissão local, ou seja, existem
dois tipos de contaminados: os que chegaram de viagem internacional, vindos de
países com circulação do vírus; e pessoas que tiveram contato com essas pessoas
que estiveram no exterior.
Ainda não existe transmissão
comunitária do vírus no Brasil. Já a China, Coreia do Sul e Itália estão
enquadradas como países de transmissão comunitária, quando nem sempre é
possível identificar a fonte de contaminação de um caso positivo.
Segundo ele, o brasileiro
não deve mudar seus hábitos, como usar máscaras, por exemplo. O que deve ser
feito é adotar práticas de higiene, como lavar as mãos e levar as mãos à boca
ao espirrar. “Não muda nada nas condutas adotadas até o momento. [...] Se
apresentar sintomas gripais não vá trabalhar, não vá viajar e não vá estudar.
Não vá para locais públicos, fique em casa se hidratando e se alimentando bem”.
Na
avaliação do ministério, a partir de agora, o Brasil enfrenta um novo
desafio a partir da entrada dos Estados Unidos, com 108 casos confirmados, no
rol de países monitorados pelo governo federal. Com isso, passageiros que
voltarem daquele país e tiverem algum sintoma respiratório associado a
febre serão tratados como suspeitos.
“Quando a gente estava
falando de voo da China, tinha 1 conexão. A partir de agora, com a inclusão dos
EUA, vamos ter a possibilidade de casos suspeitos com 193 voos que chegam no
Brasil. Esse é o grande desafio que teremos nos próximos dias”, disse o
secretário-executivo do ministério, João Gabbardo dos Reis.
Agencia
Brasil
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