Cientistas
britânicos rastrearão a disseminação do novo coronavírus e observarão mutações
emergentes usando sequenciamento genético para analisar as cepas que estão
causando milhares de infecções de covid-19 no país, disse o Reino Unido nesta
segunda-feira.
Pesquisadores
coletarão dados de amostras de pacientes infectados da Inglaterra, País de
Gales, Escócia e Irlanda do Norte, informou o governo em comunicado. Ao menos
281 britânicos morreram de covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus,
que se espalhou pelo mundo e se tornou uma pandemia.
“Este vírus
é uma das maiores ameaças que nossa nação enfrentou nos últimos tempos, e é
crucial para nos ajudar a combatê-la entender como está se disseminando”, disse
Sharon Peacock, diretora do serviço nacional de infecções da Saúde Pública da
Inglaterra (PHE).
Trabalhando
em equipes em todo o Reino Unido, cientistas mapearão e analisarão os códigos
genéticos completos das amostras de covid-19.
“O
sequenciamento genômico nos ajudará a entender a covid-19 e sua disseminação.
Ele também pode ajudar a direcionar tratamentos no futuro e ver o impacto das
intervenções”, explicou Patrick Vallance, principal conselheiro científico do
governo, no comunicado.
Em
epidemias, o sequenciamento genômico pode ajudar os cientistas a monitorar
pequenas mudanças no vírus em escala nacional ou internacional para compreender
como ele está se propagando e se cepas diferentes estão emergindo.
“Neste
momento, as questões importantes que podemos ajudar a responder com o
sequenciamento são para ajudar a entender o papel das importações
internacionais para o Reino Unido”, disse Nick Loman, professor de genômica
microbiana e bioinformática da Universidade de Birmingham.
O
projeto de 23 milhões de dólares, batizado de Consórcio de Genômica de Covid-19
do Reino Unido, será coliderado pelo Instituto Wellcome Sanger, especializado
em pesquisa genética, pelo PHE e por outras agências públicas de saúde, além do
Serviço Nacional de Saúde e várias instituições acadêmicas.
“Todos
os vírus acumulam mutações ao longo do tempo, algumas mais rápidas que outras”,
disse Paul Klenerman, professor da Universidade de Oxford que se envolverá no
trabalho. “Para a covid-19, isto só está começando, mas esta variação emergente
pode ser rastreada detalhadamente”.
Correio do Amanhecer
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