Pode-se
dizer que a garotada da Seleção Brasileira sub-17 gosta de roteiros de suspense.
Nas semifinais, a equipe levou dois gols da França e conseguiu a virada com um
gol aos 44 minutos do 2º tempo. Na finalíssima contra o México, o andamento da
partida foi ainda mais emocionante. Até os 37 minutos da etapa final, o time
perdia por 1 a 0, mas encontrou forças para marcar dois gols (um deles de
pênalti) e ficar com o título, com um gol marcado já nos acréscimos, quando
todo mundo já esperava pelas penalidades máximas.
A equipe do técnico
Guilherme Dalla Dea foi campeã, no estádio Bezerrão, no Gama (DF), com 100 por
cento de aproveitamento: sete vitórias em sete jogos, marcou 19 gols e levou
apenas seis. No caminho do título bateu o Canadá (4 a 1), a Nova Zelândia (3 a
0), Angola (2 a 0), Chile (3 a 2), Itália (2 a 0), França (3 a 2) e, enfim, fez
2 a 1 no México numa noite de muita emoção.
Assim que começou a partida,
não foi um 1º tempo fácil como a imensa torcida brasileira esperava. O
nervosismo da garotada era visível nos erros de passes de curta distância.
Ainda assim, até os 25 minutos, o Brasil mandou no jogo e teve as melhores
chances.
Aos
13 minutos, cruzamento para a área mexicana, Veron chegou finalizando com muita
vontade, mas por sobre o gol. Aos 17, ocorreu a melhor oportunidade: Peglow
encheu o pé, da meia-lua da grande área, e acertou o travessão do goleiro
García. E aos 22, Veron passou por dois marcadores, entrou na área e chutou na
rede, pelo lado de fora.
Depois disso, o México
acertou a marcação, encurralou o Brasil e não se expôs a nenhum outro
contra-ataque. Mesmo assim, não conseguiu incomodar o goleiro Matheus. Dessa
forma, o empate em 0 a 0 após 45 minutos acabando deixando tudo para o 2º
tempo.
As emoções estavam,
realmente, destinadas para o final. O Brasil começou melhor e Patrick
experimentou de longe, aos 13 minutos, o goleiro García espalmou no susto.
Como “quem não faz, leva”,
aos 20 minutos, num cruzamento para a área brasileira, González subiu e
cabeceou para o chão, certinho, a bola entrou na chamada “bochecha” da rede.
Gol do México, emudecendo o estádio Bezerrão.
Os próprios jogadores
levaram tempo até assimilar o golpe. O técnico Guilherme Dalla Dea fez a
substituição que deu certo no jogo da semifinal contra a França: tirou Peglow e
colocou o reserva Lázaro, atacante do Flamengo.
Aos 35 minutos, Daniel
Cabral chutou da intermediária, com muita curva, a bola voltou a bater no
travessão. Não parecia ser o dia do Brasil!
Porém, aos 38 minutos, com a
ajuda do árbitro de vídeo, o juiz foi alertado que Veron tinha sido derrubado
na área, no lance anterior. Pênalti para alegria de todo o estádio. Kaio Jorge
foi para a cobrança, bateu no cantinho, García ainda tocou na bola, mas era gol
do Brasil: 1 a 1.
Parecia que o jogo iria para
a decisão nas penalidades máximas, porém, o time não se rendia. Aos 47 minutos,
Yan Couto cruzou com perfeição, Kaio Jorge deixou a bola passar e Lázaro chegou
para dar um chute mascado, de primeira, no canto oposto de García. Era o gol do
título! Era o segundo gol do Brasil e o segundo gol de Lázaro, o herói que saía
do banco para mudar a história dos dois jogos decisivos, contra a França e
contra o México.
Para dar mais emoção ainda
aos torcedores, aos 49 minutos, o México tem uma falta frontal à área. Era
bater e acabar. O mexicano González sobe sozinho para cabecear, mas dessa vez
ele errou: foi por cima. Era a senha para todo o estádio gritar “É campeão! É
campeão!”. Na verdade, tetracampeão, afinal, a Seleção Brasileira sub-17 já
tinha vencido também os Mundiais de 1997, 1999 e 2003.
Caderno de Esportes/Agencia
Brasil
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