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quinta-feira, 3 de outubro de 2019

Pacientes com câncer de mama têm mais risco de desenvolver depressão – Por Litiane de Oliveira





O câncer de mama é uma patologia que traz em seu diagnóstico, além dos medos relacionados ao tratamento e seus riscos, questões que envolvem a sexualidade e a autoestima, em especial no caso das mulheres. Dados de um estudo do Observatório de Oncologia mostram que a chance de uma paciente com câncer de mama desenvolver a depressão chega a 25%, enquanto a prevalência da patologia é de 3,5% a 7% em todas as mulheres. Neste mês de outubro, voltado para a campanha Outubro Rosa de prevenção do câncer de mama, é importante expandir o debate sobre saúde mental para quem recebe esse diagnóstico. 
A detecção e o tratamento da depressão nesta população são importantes, pois sintomas depressivos podem interferir de maneira significativa no tratamento da condição clínica do câncer, destaca Fabiana Nery, psiquiatra da clínica Holiste Psiquiatria [foto].
“A depressão pode afetar negativamente o prognóstico do paciente ao gerar aumento da dor, do desejo de morrer e acentuar o prejuízo funcional global. Os critérios diagnósticos para depressão incluem sintomas que, frequentemente, são encontrados em pacientes com câncer, tais como inapetência, perda de peso, insônia, perda de interesse e energia. Essa semelhança normalmente leva à não valorização desses sintomas como parte de uma síndrome depressiva, dificultando seu diagnóstico em portadores de câncer”, enfatiza Fabiana.
Segundo a psicóloga Daniela Araújo, também da Holiste, lidar com as duas doenças não é uma tarefa fácil para a mulher, sobretudo porque envolve muitas questões psicológicas. “Passar por um câncer de mama é ter a imagem do próprio corpo modificada, portanto algo pode mudar definitivamente. Lidar com isto não é fácil, ainda mais para mulheres que são tocadas diretamente pelos aspectos femininos”, comenta.
Ansiedade:
Além da depressão, pacientes diagnosticados com câncer de mama podem desenvolver o Transtorno de Ansiedade. Vários fatores podem desencadear a evolução destes quadros, como problemas físicos, a própria ação inflamatória do câncer e a questão adaptativa, de se acostumar com um diagnóstico novo e com o tratamento.
“Muitas vezes a própria medicação traz sintomas depressivos, a falta de suporte social, principalmente em mulheres mais jovens, tudo isso aumenta o risco de transtornos mentais no câncer de mama”, afirma Lívia Castelo Branco, médica psiquiátrica da Holiste.


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