A
quarta-feira cirurgia do presidente Jair Bolsonaro (PSL) depois do ataque a
faca que sofreu há um ano demorou além do previsto neste domingo (8), mas acabou
sendo bem-sucedida, segundo a equipe médica responsável. Bolsonaro
manteve quadro clínico estável depois do procedimento, ficou disposto e deverá
manter repouso.
O
vice-presidente, Hamilton Mourão, ficará até quinta-feira (12) à frente da
Presidência da República. Depois, Bolsonaro poderá despachar do próprio
hospital.
"Temos condições de proporcionar ao presidente o
despacho normal, não obstante as questões procedimentais-médicas que vão exigir
o descanso do presidente", disse o porta-voz da Presidência, general Rêgo
Barros.
A cirurgia foi realizada no Hospital Vila Nova Star, na
Vila Nova Conceição (zona sul de São Paulo), para corrigir uma hérnia que
surgiu na região onde foram feitas três operações depois do ataque a faca
durante a campanha eleitoral de 2018 na cidade de Juiz de Fora (MG). O
procedimento, considerado de média complexidade, tinha previsão de duração de
duas horas, mas acabou levando cinco -sendo concluído às 12h40. O médico
Antônio Luiz Macedo, responsável pela cirurgia, disse que foram encontradas
aderências no intestino que demandaram mais tempo da equipe.
"Normalmente
uma hérnia não demora tudo isso que demorou, mas a gente não contava que tinha
aderido tudo de novo em relação à cirurgia de 28 de janeiro", afirmou
Macedo, em referência à data da operação de retirada da bolsa de colostomia.
O médico disse que a alta clínica do presidente é
esperada para ocorrer dentro de cinco ou seis dias. No entanto, ele só poderá
voltar a Brasília, se não houver complicações, de 7 a 10 dias após a cirurgia na
semana que vem. Macedo não descarta a possibilidade de que surjam novas hérnias
no futuro, mas as chances são pequenas, em torno de 6%, segundo ele. Bolsonaro
diz querer estar com a saúde restabelecida a tempo de discursar na Assembleia
Geral da ONU, em 24 de setembro, em Nova York. Ele afirmou que vai
comparecer ao evento "nem que seja de cadeira de rodas, de maca".
No
fim da tarde de domingo, Bolsonaro se pronunciou em sua rede social sobre o
procedimento. "Mais uma cirurgia. Desta vez foram 5 horas, mas estamos
bem. Obrigado a todos pelo apoio e orações! Obrigado Deus pela minha vida! Logo
estarei de volta ao campo. Irruuu!"
Mais cedo, o senador Flavio Bolsonoaro (PSL-RJ), filho do
presidente que chegou na manhã deste domingo ao hospital junto com seu irmão, o
deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), publicara em rede social que seu
pai "já está no quarto, disposto e bem-humorado".
No final da tarde, Macedo afirmou que Bolsonaro não
estava com dor e que deveria andar até o banheiro ainda neste domingo. Segundo
ele, essa movimentação é imprescindível para a boa recuperação do presidente. Logo
após a cirurgia, Bolsonaro vestiu uma cinta elástica para pressionar o abdome
operado e ajudar no processo de recuperação.
O
médico disse que orientou o presidente a evitar falar e receber visitas, mas
Bolsonaro não seguiu a orientação. Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente,
esteve no hospital conversando com o presidente.
Por enquanto são descartados exames de imagens, apenas
clínicos. Bolsonaro está na suíte presidencial e no quarto ao lado estão
alojados as pessoas do seu estafe presidencial.
Bastidores
do Poder
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