O Boletim epidemiológico do Ministério da Saúde divulgado ontem (28)
contabiliza 2.331 casos confirmados de sarampo no país nos últimos três meses.
O número representa um aumento de 38,75% em relação ao último boletim.
Ainda conforme o balanço desta quarta-feira, foram descartados 1.294 casos
suspeitos enquanto 10.855 seguem em investigação por equipes de secretarias de
saúde.
Esta
semana, a primeira morte provocada
pela doença foi confirmada em São Paulo. Diante da evolução do surto no país, a
pasta anunciou em entrevista coletiva em Brasília a aquisição de mais 18,7
milhões de doses de vacina contra o sarampo, reiterou a intensificação da
imunização com foco em crianças e adultos jovens e informou ações adotadas
diante da disseminação do vírus.
São Paulo é o epicentro do
surto, onde foram confirmados uma morte e 2.299 casos – 98% do total. Em
seguida vêm Rio de Janeiro (12),
Pernambuco (5), Santa Catarina (4) e Distrito Federal (3), além de oito estados
com um caso cada: Bahia, Paraná, Maranhão, Rio Grande do Norte, Espírito Santo,
Sergipe, Goiás e Piauí. Os registros se distribuem em 87 municípios dessas
unidades federativas.
Apesar da evolução do número, o secretário de Vigilância
em Saúde, Wanderson Oliveira, avaliou que o quadro da doença no Brasil tende a
uma estabilização. Ele ressaltou que o número ainda é menor do que no ano
passado e comentou que as ações de imunização devem surtir efeito na mitigação
da disseminação do vírus.
“Secretarias de saúde
fizeram muitos bloqueios vacinais, que foram fundamentais para poder dar
tranquilidade. Baseado numa projeção dos casos, temos uma pequena tendência de
redução. A Secretaria de Saúde de São Paulo também relatou essa tendência para
nós”, declarou Oliveira. O gestor chamou a atenção para o fato de que o
número de municípios paulistas com casos confirmados reduziu do boletim
anterior para este.
O secretário afirmou que a estratégia da pasta não
envolve campanhas de vacinação, mas intensificação das ações de imunização.
Isso porque, segundo ele, não haveria “economicidade” de campanhas em razão do
estoque de doses do país. Anualmente, para vacinação de rotina, são
disponibilizadas 30 milhões de doses. Além disso, em razão do surto atual de
sarampo, já haviam sido adquiridas 10 milhões de doses adicionais.
Hoje, o Ministério da
Saúde anunciou mais 18,7 milhões de doses, totalizando 28,7 milhões
complementares ao estoque de rotina. O volume será empregado este ano e também
em 2020. Para conter o surto atual, o foco das ações de imunização serão
adultos jovens e crianças de até 1 ano, públicos considerados mais vulneráveis
e com maior incidência do vírus.
Dos
cerca de 2,9 milhões de bebês nessa última faixa etária, a intenção é imunizar
1,4 milhão der crianças com idade entre 6 meses e 11 meses e 29 dias. Na semana
passada, a pasta anunciou a destinação de 1,6 milhão de vacinas para uma dose adicional chamada
“dose zero” voltada para esse público-alvo. O material começou a ser
distribuído aos estados esta semana. De acordo com o ministério, São Paulo deve
receber 990 mil doses.
Oliveira lembrou que, além
da dose zero, crianças devem tomar a vacina contra o sarampo aos 12 meses e aos
15 meses. No caso de adultos jovens, com idade entre 20 e 29 anos, é importante
que as pessoas confiram se estão imunizadas adequadamente e procurem
regularizar a situação. A orientação vale especialmente para a Região
Metropolitana de São Paulo.
De acordo com o ministério, pela
rotina de imunização estabelecida, pessoas com até 29 anos devem já ter
recebido duas doses contra a doença. Já quem tem entre 30 e 49 anos deve ter
tomado pelo menos uma dose. O secretário ponderou, contudo, que não há
necessidade de corrida aos postos de saúde e que a regularização pode ser feita
tranquilamente.
Agencia Brasil
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