Criado para organizar e articular políticas e serviços do
poder público federal para vencer as desigualdades raciais no Brasil, o Sistema
Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Sinapir) conta com a adesão de apenas 67 municípios e 18 estados,
além do Distrito Federal, de acordo com balanço do Ministério da Mulher,
da Família e dos Direitos Humanos.
Por meio da adesão ao
Sinapir, os entes federados têm a preferência no repasse de recursos
financeiros federais, o que é feito por meio de edital. O objetivo é criar ou
fortalecer órgãos e conselhos de promoção da igualdade racial e garantir à
população negra a equivalência de oportunidades, a defesa de direitos e o
combate à discriminação e às demais formas de intolerância.
O
Sinapir é uma das medidas previstas no Estatuto da Igualdade Racial (Lei 12.288/2010), que hoje
(20) completa nove anos. A adesão ao sistema é voluntária. A partir do momento
em que o ente federado adere ao Sinapir, ele tem cinco anos para criar um plano
municipal ou estadual de promoção da igualdade racial e destacar um orçamento
para executá-lo.
Além do volume baixo de
adesões em relação aos 5.570 municípios e 26 estados, o programa enfrenta outro
desafio. A maioria dos governos locais que integram o Sinapir ainda não
adotaram um plano municipal ou estadual de promoção da igualdade racial nem
destinaram verbas no orçamento para a área. Entre as modalidades de gestão,
eles estão classificados na categoria básica.
Apenas o Espírito Santo,
Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraíba e nove municípios têm gestão intermediária,
com plano elaborado e dotação no Orçamento. A Bahia e seis municípios têm
gestão plena. Além de plano, têm recursos e maior liberdade para usá-los.
“É um grande desafio ampliar
o Sinapir”, diz a Secretária Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade
Racial do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Sandra
Terena. “Tivemos avanços em todo o país, mas o desafio permanece em
sensibilizar os gestores públicos para terem essa preocupação do recorte
étnico-racial”, acrescenta.
Até o fim do ano, a pasta
pretende promover um grande fórum para mobilizar os gestores de todo o país e
informá-los sobre a importância e os benefícios que eles têm a partir da adesão
ao Sinapir.
Composto
por 65 artigos, o Estatuto da Igualdade Racial trata de pontos fundamentais,
como o direito à saúde, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, à terra, à
moradia adequada e ao trabalho.
“A partir do momento em que
a população tem conhecimento de que é possível sim, trabalhar para combater a
discriminação, as pessoas podem mudar a mentalidade. Vemos que temos ainda
casos de discriminação étnico-racial no Brasil”, diz Sandra.
Agencia
Brasil
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