O ministro
da Economia, Paulo Guedes, sugeriu ontem que o vazamento de conversas entre o ministro
da Justiça, Sergio Moro, quando ainda era juiz federal e a força-tarefa da
Operação Lava Jato foi feito para prejudicar a tramitação da reforma da
Previdência. "Não é coincidência que estoura essa bombinha toda hora. Toda
hora estoura uma vendo se paralisa a marcha dos eventos", disse.
Guedes
participou da reunião do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil
(OAB) a convite da entidade. O compromisso, porém, não constava na agenda do
ministro. Sua presença só foi informada oficialmente perto do fim da palestra.
O ministro falava do excesso de gastos do governo e que a
Previdência é hoje o principal componente dessa despesa. Em seguida, ele disse
que os gastos previdenciários são o "grande buraco negro" que ameaça
engolir o País "antes de terminar essa palestra".
Guedes começou então a enumerar episódios que ameaçaram
as negociações pela reforma da Previdência, entre eles a divulgação de áudios
do então presidente Michel Temer com o empresário Joesley Batista (a partir da
qual foram acusados de negociar o silêncio do ex-presidente da Câmara Eduardo
Cunha sobre atos de corrupção) e as denúncias contra "o filho de
Bolsonaro" - o ministro não mencionou qual deles.
O
primogênito, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), é alvo de investigação após o
Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) detectar movimentações
suspeitas de recursos na conta de assessores de Flávio, na época deputado
estadual no Rio de Janeiro. O caso foi revelado pelo jornal 'O Estado de S.
Paulo'.
Em seguida, Guedes cita que "hoje é o do Moro",
referindo-se ao episódio do vazamento das conversas entre Moro e integrantes do
Ministério Público Federal, como o procurador da República Deltan Dallagnol,
pelo site The Intercept Brasil.
Encontro. O presidente da Comissão Especial da reforma,
deputado Marcelo Ramos (PL-AM), disse em sua conta no Twitter que dedicará todo
o dia de hoje para "tentar blindar a reforma da Previdência dos últimos
acontecimentos". Os governadores devem se reunir hoje na tentativa de
manter os Estados ao alcance da proposta. O relator, deputado Samuel Moreira
(PSDB-SP), também deve participar do encontro.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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