Após um
longo e acalorado debate, a Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização
e Controle (CTFC) do Senado aprovou nesta terça-feira (19), por seis votos
favoráveis e cinco contrários, um requerimento convidando o ex-ministro da
Secretaria-Geral, Gustavo Bebianno, exonerado ontem (18), a dar
explicações sobre o caso das supostas candidaturas laranjas em
2018. Inicialmente a ideia era pedir a convocação de Bebianno, mas depois
da saída do governo, ele não pode mais ser obrigado a falar no Senado.
A
data da audiência com Bebianno será definida pela CTFC caso ele aceite o
convite.
“A
melhor forma do senhor Bebianno se redimir pelos seus malfeitos é comparecer ao
Senado e abrir o jogo, sem permitir que sua exoneração sirva pra varrer a
sujeira para debaixo do tapete”, defendeu o
senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que protocolou o
requerimento.
Bebianno,
presidente do PSL na época da campanha eleitoral, é suspeito de irregularidades
no repasse de recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha para
candidatas do partido. Ele nega participação nas irregularidades. O
líder do PSL, partido de Bebiano, Major Olímpio (SP), questionou a
competência da comissão para interrogar o ex-ministro, tendo em vista que à
época que ocorreram os fatos que estão sendo apurados, Bebianno não era
ministro de governo. Para tentar impedir o convite, Olímpio fez um apelo aos
senadores insistindo que o caso está sendo apurado tanto pela Justiça Eleitoral
como pela Justiça Federal.
“Como
membro do PSL de São Paulo, tenho todo interesse que seja
esclarecida qualquer eventual prática de crime. O que estamos deleberando
é a competência desta comissão em relação à atos
do Executivo”, explicou.
Também sem sucesso, o senador Fernando Bezerra Coelho
(MDB-PE) chegou a pedir a postergação da deliberação do requerimento, sob o
argumento de esperar o andamento da apuração da Justiça Eleitoral e do
Ministério Público. O emedebista acusou senadores de oposição de tentar desviar
o foco da Casa da discussão de reformas, como a da Previdência que será enviada
amanhã ao Congresso.
“A agenda é a reforma da Previdência e parece que estamos
querendo amplificar uma crise para impedir a discussão de reformas. O ministro
Sergio Moro vem hoje a essa casa [entregar a proposta de Lei
Anticrime], essas são matérias que a sociedade quer o nosso envolvimento, o
nosso debate. Eu não vejo onde a presença de um ex- ministro vai contribuir com
essa pauta”, criticou Bezerra.
Bartidoers
do Poder
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