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terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Fechamento de escolas estaduais afeta a vida de 30 mil estudantes – Parte l



A confeiteira Priscila Vencimento, 32 anos, teme pela vida do filho caso ele tenha que atravessar uma passarela para estudar. A preocupação dela tem origem na possibilidade de fechamento do Colégio Estadual Deputado Henrique Brito, em Campinas de Brotas, medida que integra o polêmico plano de estruturação da rede de ensino do estado, anunciado pelo governo do estado.
“O colégio atende basicamente a moradores da comunidade. Meu medo é com essa violência provocada pela guerra de facções. Imagine se meu filho for levado para uma escola em um bairro dominado por uma facção rival àquela que está em nossa comunidade? E aqui, se atravessar a passarela da Bonocô, já é outro território”, contou. 
O medo de Priscila é compartilhado por familiares de alunos em diversas comunidades que correm o risco de perder escolas estaduais. No total, 108 unidades de ensino em Salvador e no interior podem ser desativadas ou municipalizadas, segundo a APLB, sindicato que representa os professores baianos.
Pelo menos 30 mil estudantes serão impactados. Na capital, 19 unidades correm o risco de serem fechadas, atingindo cerca de 11 mil estudantes. A Secretaria da Educação do Estado (SEC) nega o número e diz que ainda não há a quantidade de escolas que passarão por mudanças. “O número divulgado pela APLB não corresponde à realidade”, disse a SEC, em nota. 
Enquanto isso, pais e responsáveis pelos alunos estão preocupados com as consequências do plano. Além da violência, os custos com transporte e as questões sociais integram o rol de transtornos que preocupam pais de estudantes em Salvador. 
Como boa parte das escolas atende a moradores das próprias comunidades, o fechamento deve elevar custos com deslocamento. No caso de alunos mais novos, aqueles do sexto ano, por exemplo, a despesa é dobrada, pois pais ou responsáveis têm que buscar e levar os estudantes. 
Nessas localidades, as escolas funcionam também como espaço de lazer e cidadania, com atividades que envolvem a comunidade do entorno, inclusive nos finais de semana. Outra consequência é uma possível superlotação de salas, uma vez que os alunos de unidades fechadas devem ser transferidos para outras escolas. 

Priscila Vencimento tem três filhos. Em Campinas de Brotas, dois já estudam no Henrique Brito - que tem 182 alunos matriculados. Ex-aluna da escola, ela ressalta que a unidade tem boas condições de infraestrutura e boa relação com o bairro. 

“Quando meus filhos vão para a escola, fico tranquila. Não sei como vai ser se tiverem que mudar. A unidade mais próxima fica a três quilômetros, e as demais, em áreas em que há guerra de facções”, salientou. 

 

Continua a seguir...



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