A Polícia Federal
(PF) instaurou inquérito para investigar um vídeo no YouTube no qual o coronel
da reserva do Exército Carlos Alves refere-se à presidente do Tribunal
Superior Eleitoral (TSE), ministra Rosa Weber, como “salafrária e corrupta”,
além de criticar e fazer ameaças a outros ministros do Supremo Tribunal Federal
(STF).
A abertura do inquérito foi confirmada pelo ministro da
Segurança Pública, Raul Jungmann, nesta quarta-feira (24). Além da
investigação sobre o coronel, foram abertos mais três inquéritos para apurar
ameaças a Rosa Weber.
“Ontem mesmo
determinei instauração de inquérito para apurar essas agressões de que ela foi
vitima, sabemos de quem se trata e onde se encontra”, disse Jungmann, após
cerimônia para repasse de recursos do governo ao Conselho Nacional de Justiça
(CNJ).
Ontem (23), os
ministros da Segunda Turma do STF
aprovaram um ofício para que o coronel fosse investigado, a ser encaminhado à
Procuradoria-Geral da República (PGR), que se adiantou e solicitou a abertura
do inquérito pela PF.
Em
resposta ao vídeo, o ministro Celso de Mello, o mais antigo do STF, prestou
solidariedade a Rosa Weber e aos ministros Ricardo Lewandowski, Dias Toffoli e
Luiz Fux, que também foram citados. Na abertura da sessão da Segunda Turma,
ele afirmou que seus pares foram alvo de "ataques imundos e
sórdidos".
"O primarismo
vociferante desse ofensor da honra alheia fez-me lembrar daqueles personagens
patéticos que, privados da capacidade de pensar com inteligência, optam por
manifestar ódio visceral e demonstram intolerância radical contra os que
consideram seus inimigos. Todo esse quadro imundo que resulta do vídeo, que,
longe de traduzir expressão legítima da liberdade de palavras, constitui
verdadeiro corpo de delito comprobatório da infâmia perpetrada pelo autor",
afirmou Celso de Mello.
No vídeo de 29 minutos, o
coronel Carlos Alves faz ainda ameaças ao TSE, caso o tribunal leve adiante uma
ação que possa resultar na cassação do candidato do PSL à Presidência da
República, Jair Bolsonaro. "Se aceitarem essa denúncia ridícula e
derrubarem Bolsonaro por crime eleitoral, nós vamos aí derrubar vocês aí,
sim", diz.
Em
nota divulgada na noite de terça-feira (23), o Exército
informou ter aberto uma investigação
para apurar a conduta do coronel da reserva. “O referido militar afronta
diversas autoridades e deve assumir as responsabilidades por suas declarações,
as quais não representam o pensamento do Exército Brasileiro”, afirma o texto.
Desde início do processo
eleitoral, a PF já abriu 2.007 inquéritos para apurar irregularidades cometidas
por cidadãos, segundo dados atualizados pelo ministro da Segurança Pública,
Raul Jungmann.
Agencia
Brasil
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