Inspeção
do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional ( Iphan) constatou a
retirada de um painel com gravuras rupestres localizado na Gruta de Kamukuwaká,
em Mato Grosso. O sítio arqueológico é tombado pelo Iphan como patrimônio
cultural do país desde 2010 e considerado local sagrado por 11 etnias indígenas
do Alto Xingu.
O diretor do Centro Nacional
de Arqueologia do Iphan, Flávio Calippo, informou que o órgão já solicitou
investigação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal para o caso.
Apurações preliminares da Polícia Militar indicam a retirada criminosa das
placas na gruta onde estavam as pinturas rupestres. Ele disse que é possível as
placas terem sido arrancadas intencionalmente. "Existe um processo natural
de desplacamento, mas o que parece, embora ainda não haja um laudo sobre isso,
é que foi uma atividade intencional."
Paulo Junqueira, do
Instituto Socioambiental, criticou a falta de proteção das áreas depredadas.
Coordenador da equipe do instituto no Território Indígena do Xingu, Junqueira
disse que a intensificação do turismo na região da gruta deixou as gravuras
rupestres sagradas muito vulneráveis.
"O tombamento foi uma
coisa que aconteceu só no papel. Nenhuma ação para a salvaguarda desses lugares
foi feita. Não tem sequer uma placa dizendo que é tombado, não tem nenhuma ação
de educação nas cidades do entorno, não tem nenhum sistema de vigilância para
proteger aquelas áreas. Então, faltou um plano de salvaguarda pós o
tombamento", afirmou Junqueira.
O
Iphan aguarda a apuração da Polícia Federal para definir as medidas que serão
tomadas para proteção do sítio arqueológico da Gruta de Kamukuwaká.
Outras gravuras rupestres sagradas para os indígenas estão em galerias
inferiores das grutas, cobertas por areia, mas visíveis em algumas épocas do
ano.
Fonte: Agencia Brasil
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