O ministro
Sérgio Banhos, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), negou um pedido da
coligação "O Povo Feliz de Novo" (PT/ PCdoB/PROS) para conceder uma
liminar obrigando a TV Bandeirantes e a rádio Jovem Pan a concederem espaço
para uma entrevista com o candidato do PT à Presidência da República, Fernando
Haddad. Ao negar o pedido de medida liminar, Banhos decidiu aguardar antes uma
manifestação das emissoras e do Ministério Público Eleitoral (MPE) sobre o caso.
Ao
TSE, a coligação de Haddad pedia "igualdade de oportunidade" depois
que os dois veículos de imprensa transmitiram na semana passada entrevistas com
o candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro. O objetivo da
representação era fazer com que a Bandeirantes e a Jovem Pan entrevistassem
Haddad nos próximos dias, antes da realização do primeiro turno, marcado para o
dia 7 de outubro.
Segundo
a coligação, Bolsonaro teve direito a cerca de 26 minutos na rádio Jovem Pan e
a 46 minutos de entrevista com o apresentador José Luiz Datena, na Band,
totalizando "uma hora de entrevista em sinal aberto".
Em sua decisão, o ministro Sérgio Banhos alegou que a
controvérsia contrapõe, de um lado, a liberdade jornalística e, de outro, o
princípio de isonomia entre candidatos.
"Ao meu juízo, a matéria apresenta complexidade que
exige análise verticalizada a demandar a oitiva das (emissoras) representadas e
a manifestação do Ministério Público Eleitoral. Ante o exposto, entendo ser
mais prudente, em prol da liberdade de expressão e do princípio do contraditório,
indeferir a liminar, sem prejuízo de reflexão mais aprofundada no momento
oportuno", concluiu Banhos.
Para os advogados da coligação encabeçada por Haddad,
Bolsonaro proferiu durante as entrevistas "diversas ofensas ao Partido dos
Trabalhadores", "além de promover diversas alusões que chegam a
responsabilizar esta agremiação pelo atentado por ele promovido".
"Portanto, a partir destas duas vertentes, é
evidente que as entrevistas promovidas pelas representadas (Band e Jovem Pan)
configuram tratamento privilegiado, o que deve ser imediatamente reparado por
este Tribunal Superior Eleitoral", sustenta a coligação "O Povo Feliz
de Novo".
Bastidoers
do Poder
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