O
Supremo Tribunal Federal (STF) deve decidir hoje (11) se parlamentares podem
ser afastados do mandato por meio decisões cautelares da Corte e se as medidas
podem ser revistas pelo Congresso. A questão será discutida em uma ação
protocolada pelo PP e pelo PSC, e o resultado do julgamento será decisivo na
revisão da decisão da Primeira Turma que afastou o senador Aécio Neves
(PSDB-MG) do mandato e determinou seu recolhimento noturno. A sessão está
prevista para começar às 9h.
Na
ação direta de inconstitucionalidade, os partidos defendem que todas as medidas
cautelares diversas da prisão previstas no Código de Processo Penal (CPP)
precisam ser referendadas em 24 horas pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado
quando forem direcionadas a parlamentares. A ação foi protocolada no ano
passado, após a decisão da Corte que afastou o ex-deputado Eduardo Cunha do
mandato.
Em
parecer enviado ao Supremo na semana passada, a advocacia do Senado sustenta
que parlamentares não podem ser afastados do mandato por decisão judicial. De acordo com a Casa, a Constituição não
autoriza o afastamento ou a suspensão do mandato de um parlamentar. Além disso,
segundo o entendimento, todas as medidas cautelares penais direcionadas a
parlamentares são inconstitucionais.
“A
previsão constitucional da imunidade processual parlamentar é garantia
indispensável ao livre e pleno desempenho da atividade, vinculada ao cargo
ocupado e não à pessoa do parlamentar”, diz o parecer.
No
dia 26 de setembro, a Primeira Turma do Supremo decidiu, por 3 votos a 2,
afastar o senador Aécio Neves do exercício de seu mandato, atendendo a pedido
de medida cautelar da Procuradoria-Geral da República (PGR), no inquérito em
que o parlamentar foi denunciado por corrupção passiva e obstrução de Justiça,
com base nas delações premiadas da empresa JBS.
O
senador nega as acusações. Sua principal linha de defesa no processo é a de que
a quantia que recebeu de Joesley foi um empréstimo pessoal, sendo uma operação
sem nenhuma natureza ilegal.
Poder
& Política
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