O
Supremo Tribunal Federal (STF) retoma, nesta quarta-feira (20), o julgamento do
pedido feito pela defesa de Michel Temer para suspender denúncia apresentada
pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra o presidente.
A sessão
foi interrompida, no último dia 13, após a manifestação do advogado de Temer e
da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Quando
do início dos debates, os ministros Marco Aurélio e Gilmar Mendes adiantaram
que o julgamento seria polêmico.
Mendes
questionou o fatiamento do inquérito contra Temer e pediu esclarecimentos da
PGR sobre a suposta atuação do ex-procurador da República Marcello Miller em
favor da JBS durante o período em que trabalhou na procuradoria.
“Quando
discutimos no fim de junho a delação, fiz considerações sobre o Miller. Falei
de ação controlada ilegal. Agora parece que a procuradoria precisa esclarecer
isso, antes da eventual denúncia que venha a oferecer”, disse Gilmar Mendes.
Já
Marco Aurélio questionou o pedido da defesa do presidente para suspender o
envio de uma eventual denúncia pelo Ministério Público. “Pela primeira vez em
27 anos, me defronto com um pedido no sentido de o Supremo obstaculizar a
oferta de uma denúncia pelo Ministério Público. A meu ver, isso é grave, porque
quebra o sistema não só legal como constitucional", argumentou.
Na
avaliação do advogado Antônio Claudio Mariz, representante de Temer, as
suspeitas de que o ex-procurador Marcello Miller teria beneficiado os delatores
da JBS, fato que motivou abertura de um processo de revisão da delação,
justifica cautela no prosseguimento das investigações e a suspensão da eventual
denúncia.
Ao
subir à tribuna nesta tarde, Mariz refirmou o pedido para suspender a denúncia
contra o presidente. “Acho temerário o processamento de uma denúncia, em face
dos dados que estão sendo colhidos”, alertou o advogado.
Ao
se manifestar durante a sessão do STF, o vice procurador eleitoral, Nicolau
Dino, disse que as questões levantadas pelo ministro Gilmar Mendes estão sendo
investigadas por Rodrigo Janot, que não participou da sessão.
No
mesmo dia, por 9 votos a 0, o Supremo rejeitou pedido feito, também pelos
advogados do presidente, para que seja declarada a suspeição de Janot na
atuação das investigações relacionadas ao presidente, iniciadas a partir das
delações da JBS.
Poder
& Política
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