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sexta-feira, 8 de setembro de 2017

08 de setembro — Dia Mundial da Alfabetização



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Você sabia que, no dia 08 de setembro, comemoramos o Dia Mundial da Alfabetização? A data foi instituída pela ONU (Organização das Nações Unidas) e pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) no ano de 1967 com o objetivo de discutir questões relacionadas com a alfabetização em todo o mundo, bem como fomentá-la em vários países. Infelizmente, os índices de analfabetismo ainda são altos, especialmente nos países cujo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) ainda está abaixo do tolerável. Por esse e outros motivos, o Dia da Alfabetização torna-se ainda mais relevante, já que propõe a discussão sobre esse problema e as possíveis alternativas para solucioná-lo.
O Índice de Desenvolvimento Humano está intrinsecamente relacionado com a alfabetização e com o letramento. Quanto maior o acesso ao conhecimento e à cultura letrada, maiores são as chances de o indivíduo conseguir um bom emprego e, por consequência, ganhar um salário que atenda suas necessidades (incluindo acesso à cultura e ao lazer). Alfabetizar crianças e também adultos altera significamente os rumos de um país, e é por isso que os esforços para erradicar o analfabetismo têm sido constantes. Os resultados de diversas políticas governamentais já têm sido notados. De acordo com relatório recente da ONU, cerca de 84% da população mundial já pode ser considerada alfabetizada.
Contudo, mais do que alfabetizar uma população, é preciso letrá-la. Alfabetização e letramento, ao contrário do que muitos imaginam, não são sinônimos. De acordo com Magda Becker Soares, professora titular emérita da Faculdade de Educação da UFMG e pesquisadora do Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita (Ceale) da Faculdade de Educação da UFMG,
“Alfabetizar significa orientar a criança para o domínio da tecnologia da escrita, letrar significa levá-la ao exercício das práticas sociais de leitura e de escrita. Uma criança alfabetizada é uma criança que sabe ler e escrever; uma criança letrada (tomando este adjetivo no campo semântico de letramento e de letrar, e não com o sentido que tem tradicionalmente na língua, este dicionarizado) é uma criança que tem o hábito, as habilidades e até mesmo o prazer de leitura e de escrita de diferentes gêneros de textos, em diferentes suportes ou portadores, em diferentes contextos e circunstâncias”.
Alfabetização e Letramento estão intrinsecamente ligados, uma vez que o ensino da linguagem deve ser direcionado a três fundamentos básicos: a leitura, a compreensão e a produção em uma relação de contexto social. Por isso, é essencial que se alfabetize letrando, caso contrário, os índices de analfabetismo funcional dificilmente diminuirão. No Brasil, por exemplo, embora o acesso às escolas tenha sido facilitado nas últimas décadas, os níveis de alfabetização seguem preocupando: O Inaf (Indicador do Analfabetismo Funcional) 2011-2012 revela que 27% da população é formada por analfabetos funcionais – o que representa um contingente de mais de 35 milhões de pessoas. Ainda temos pela frente um desafio gigantesco, mas vale ressaltar que o analfabetismo absoluto foi, felizmente, controlado.
Atualmente, conforme pesquisa realizada pela ONU, 781 milhões de adultos em todo o mundo não sabem ler, escrever ou contar, e cerca de 250 milhões de crianças são consideradas analfabetas funcionais, isto é, decodificam a palavra escrita, mas não conseguem compreender aquilo que leem. Esses números alarmantes apenas comprovam que o desafio de alfabetizar e disseminar o conhecimento deve ser visto como prioridade. A alfabetização e o letramento são peças-chave para a diminuição das injustiças sociais, influindo de maneira decisiva na vida das pessoas, pois uma sociedade letrada é também uma sociedade mais bem organizada. Além disso, dominar a modalidade escrita de uma língua liberta da ignorância mulheres e homens, empoderando-os e permitindo que sejam sujeitos críticos e donos de sua própria história. Por isso, é essencial que, a despeito de questões geográficas ou sociais, o conhecimento seja democratizado. Só assim a humanidade estará livre de injustiças, especialmente, da desigualdade social.


Por Luana Castro Alves Perez  

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