O
anúncio do prefeito Elmo Vaz (PSB), de Irecê, numa emissora de rádio local, de
que a crise econômica o pegou desprevenido e o obrigará a tomar medidas amargas
para que o orçamento chegue até dezembro, demitindo nomeados, terceirizados e
contratados da Prefeitura, está deixando a população do município em pânico e
revoltada. Dois funcionários da Prefeitura escreveram a este Política Livre
dizendo que se, como o prefeito afirmou, suas expectativas de repasse e
arrecadação para a cidade foram frustradas, ele não tinha o direito de ter
gasto tanto dinheiro na festa de São João.
Um
deles calcula em 300 o número de servidores a serem demitidos pela Prefeitura,
o que deve causar um impacto social estrondoso. Ele também enviou o trecho do
áudio em que Elmo Vaz afirma que esperava ter recebido cerca de até 80% dos
recursos destinados à cidade no ano passado, mas “infelizmente, está
expectativa não existe mais”. E lamenta que o prefeito tente tirar o foco da
crise na cidade, ao tentar falar da situação em todos os municípios do chamado
“platô” de Irecê. “Não temos nada a ver com a situação de outras cidades. Será
que ele não previa o que podia acontecer?”, questiona.
Além
de demitir – o prefeito diz que só estarão a salvos os efetivos, a Prefeitura
vai reduzir gastos com combustíveis e investimentos que estavam previstos,
segundo Elmo Vaz. “Os municípios do platô de Irecê vão ter que tomar medidas
amargas, mas necessárias. O objetivo é honrar com os nossos compromissos. As
medidas podem ser impopulares, elas podem trazer dificuldades, até de ordem
política, mas são necessárias para continuar honrando esses compromissos
assumidos e os correntes, ordinários”, disse o prefeito, prevendo o corte de gastos
em 50%.
Elmo
Vaz atribuiu as medidas ao arrocho, à redução de repasses e ao aumento de
despesas. Os servidores dizem que Irecê vive um dos momentos mais críticos dos
últimos tempos, com PSFs sem médicos, falta de exames e medicação nas Unidades
de Saúde, além de atrasos no pagamento de salários, sem contar das dívidas
acumuladas com fornecedores e prestadores de serviços. “Se o prefeito não sabia
que o país está em crise, não deveria nem ter concorrido. Estamos todos
desesperados com o fato de termos sido pegos numa crise com alguém que parece
não ter consciência dos desafios”, protestam os servidores no texto.
Política Livre
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