O
Palácio do Planalto divulgou há pouco nota em que o governo descarta enviar ao
Congresso Nacional projeto para aumentar a alíquota do Imposto de Renda da
Pessoa Física. A possibilidade de elevação provocou reação negativa de
integrantes da base aliada e de outros setores.
Segundo
a Presidência da República, quando o presidente Michel Temer declarou que
existem estudos para elevar o IR, ele fez uma “menção genérica” a estudos em
andamento no governo. “A Presidência da República não encaminhará proposta de
elevação do Imposto de Renda ao Congresso Nacional. O presidente Michel Temer
fez hoje menção genérica a estudos da área econômica, que são permanentemente
feitos”, diz trecho da nota assinada pela Secretaria Especial de Comunicação
Social da Presidência da República.
De
acordo com o Planalto, os estudos são “focados prioritariamente em reduzir
despesas e cortar gastos, na tentativa obstinada de evitar o aumento da carga
tributária brasileira”.
Depois
de participar hoje (8) da abertura do 27º Congresso Fenabrave (Federação
Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), Temer admitiu a existência
de estudos sobre o aumento da alíquota do Imposto de Renda, mas afirmou que não
há nada decidido. “Há estudos, os mais variados estudos, estudos que se fazem
rotineiramente. A todo o momento a Fazenda, o Planejamento, os setores da
economia, fazem esses estudos. E este é um dos estudos que está sendo feito,
mas nada decidido”, afirmou na capital paulista.
Após
participar do Congresso da Fenabrave no final da tarde de hoje, em São Paulo, o
ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, confirmou os estudos, porém disse que
não foram trazidos para sua análise. “Quando se ouve essa questão de estudos é
uma questão de transparência. Acho que isso deve ser falado para sentir a
reação da sociedade. Evidentemente que uma reação forte é normal, legítima e
correta. As pessoas têm que se manifestar mesmo. Mas às vezes posso concordar
com uma reação, ou não. Essa é uma questão de opinião pessoal. Mas é importante
que se tenha uma reação”, disse o ministro.
A
possibilidade de aumentar a alíquota do IR foi criticada pelo presidente da
Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), aliado do governo. Segundo Maia, uma eventual
proposta desse tipo “não passa na Câmara”.
O
presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Claudio Lamachia, também, em nota,
criticou a possibilidade, ressaltando que há uma “enorme defasagem” que “já
pune reiteradamente o contribuinte”. “No momento em que enfrentamos um
altíssimo índice de desemprego, apresentar aumento de tributos da forma que vem
sendo feito pelo governo é impor mais prejuízos aos cidadãos que já sofrem na
conjuntura atual”, disse o presidente da OAB.
Bastidores
do Poder
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