Oficialmente,
em 1903, quem primeiro visitou essas matas foi o Coronel Barachisio Lisboa
acompanhado do engenheiro Horácio Lafer e Mesquita, reivindicando-as para o
município de Santarém (Ituberá). No dia 6 de maio daquele mesmo ano, tal
reivindicação era afinal reconhecida pelo governo do estado da Bahia. E quando
o pequeno veleiro aportava no cais de Santarém (Ituberá), levando notícia tão
importante e esperada, o lar do velho Barachísio Lisbôa era enriquecido com o
nascimento que tomou, em razão das alegrias do evento, o nome de Vitória
Libânio, tal personagem era a esposa de Manoel Libânio Da Silva Filho "
Maneca Libânio", a quem muito devem o comércio, a política e toda a
sociedade ganduense.
Logo
depois, Joaquim Monteiro da Costa se fixou na Fazenda Paó. Na mesma, época
migravam para esse território Manoel Cirilo de Carvalho e D. Rosalina Moura de
Carvalho, formando a Fazenda Gavião na vila nova de Nova Ibiá e Salustiano
Borges, donatário da fazenda Bom Jardim. Em abril de 1904, um negro cortês e de
jeito nobre - Fulgêncio Alves da Palma iniciava na zona do Braço do Norte, o
plantio da fazenda Jenipapo.
Ainda
no começo do século, precisamente no primeiro trimestre de 1907, visando
investir na produção cacaueira, vindo da cidade de Areia, hoje Ubaíra, chegavam
nestas matas José Amado Costa e Gregório Monteiro da Costa, mais conhecido este
como Góes Monteiro, ambos lavradores em busca de solo fértil para a cultura do
cacau. José Amado Costa se fixou nesta área, comprando uma fazenda e levantando
casa em frente de um pé de pequí, onde nas noites frias da terra chuvosa e
úmida, dormia um corujão onde construída a igreja matriz São José, sugerindo ao
migrante o nome "Corujão" para a fazenda adquirida. Esta é a origem
histórica desta cidade, que nasceu sob a sombra daquele majestoso pequi
existente onde é hoje a praça São José.
Quanto
ao Gregório Monteiro da Costa irmão do principal desbravador, plantou mais
adiante suas primeiras roças de cacau no lugar que tomou o nome de Paiol para
ser convertido posteriormente, acreditamos que por corruptela de assalariados
agrícolas, no designativo simples e atual de "Paó". Outra versão é a
de que o nome decorreria dos trinos de um pássaro com semelhante som, ou da
existência de muitos pássaros com essa nome sempre em revoada no local. Em
1919, Corujão já era um arraial de 37 palhoças e 15 casas de taipa. A
construção de casas de taipas e palhoças para abrigar a população local,
contribuiu para a formação do arraial "Corujão". O desenvolvimento
desse arraial proporcionou o surgimento da vila nomeada de "Gandu",
tomando o mesmo nome do rio Gandu que o banha e tem nascente na serra da
"pedra-chata". Habitavam muitos jacarés guandus nesse rio e nas
lagoas da época, por isso a inspiração do nome atual da nossa cidade. Pois os
dois rios que banham essa cidade eram "habitat" natural desses jacarés.
E é por isso também que a bandeira ganduense tem como símbolo um jacaré. O
vocábulo Gandu veio do tupi candua ou candu = (Caa = ‘mato’+ u = ‘rio’), (o ü
que o luso atolado transformou em y = ‘rio’), isto é, “caaú”, eufonicamente
“candu ou gandu” que significa ‘rio do mato’;
Em 6
de Agosto de 1920, a vila pertencente a Ituberá, tornou-se distrito. Este foi
crescendo com o trabalho do seu povo a ponto de levantar um movimento para sua
emancipação política, tendo a frente grandes nomes da terra, liderados pelo
deputado estadual Nelson David Ribeiro (nome dado ao hospital da cidade).
Essa
luta não foi em vão e, através do decreto estadual n°1008 de 28 de Julho de
1958, no governo de Manoel Libânio da Silva, foi concretizada a emancipação
política de Gandu, tornando-se distritos dessa cidade, os povoados de Nova Ibiá
e Itamari, que pertenciam ao município de Ituberá.
Em
1958, com o Decreto Estadual nº 1.008, de 28 de julho do mesmo ano, foi criado
o município de Gandu, desmembrado, assim, de Ituberá e constituído dos
distritos de Gandu (sede), Nova Ibiá e Itamari” (Hoje, Nova Ibiá e Itamari são
municípios)".
Fonte:
História dos Municípios Brasileiros
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