O ministro do Supremo
Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato, determinou
hoje (17) o envio dos inquéritos envolvendo os senadores Aécio Neves (PSDB-MG),
Romero Jucá (PMDB-RR) e Renan Calheiros (PMDB-AL) para a Polícia Federal (PF).
A decisão dá início ao processo de investigação na PF, que poderá solicitar
quebras de sigilo telefônico e fiscal, além da oitiva dos próprios acusados.
As investigações envolvendo
outros parlamentares também deverá seguir o mesmo procedimento nos próximos
dias. Os inquéritos foram abertos pelo ministro, a pedido da Procuradoria-Geral
da República (PGR), para apurar citações aos nomes dos parlamentares nos
depoimentos de delação de ex-executivos da empreiteira Odebrecht.
Aécio Neves e Romero Jucá
são os que acumulam o maior número de pedidos de investigações na Lava Jato,
cinco ao todo. Renan Calheiros foi citado em quatro inquéritos envolvendo a
Odebrecht e passou a responder a 12 investigações na operação.
Outro lado: Após a abertura
da investigação, o senador Aécio Neves disse considerar "importante o fim
do sigilo sobre o conteúdo das delações". Segundo o comunicado, a
divulgação das colaborações premiadas foi solicitada pelo próprio parlamentar a
Fachin na semana passada. "[Aécio Neves] considera que assim será possível
desmascarar as mentiras e demonstrar a absoluta correção de sua conduta",
informou a assessoria do senador. Já Romero Jucá disse que "sempre
esteve" e "sempre estará” à disposição da Justiça para qualquer
informação. "Nas minhas campanhas eleitorais, sempre atuei dentro da
legislação e tive todas as minhas contas aprovadas", disse o parlamentar,
também por meio de nota.
Renan Calheiros disse que a
abertura dos inquéritos permitirá que ele possa conhecer "o teor das
supostas acusações para, enfim, exercer meu direito de defesa sem que seja
apenas baseado em vazamentos seletivos de delações".
"Um homem público sabe
que pode ser investigado. Mas isso não pode significar uma condenação prévia ou
um atestado de que alguma irregularidade foi cometida. Acredito que esses
inquéritos serão arquivados por falta de provas, como aconteceu com o primeiro
deles", argumentou o senador e ex-presidente do Senado.
Com informações da Agência
Brasil.
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