Empossado há dois meses no
Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social do Estado (Codes), o
ex-governador Jaques Wagner admitiu ontem a possibilidade de ele assumir a
presidência do Partido dos Trabalhadores (PT) na Bahia. “Vou me dedicar ao PT
da Bahia, do Nordeste e do Brasil, mas prioritariamente ao daqui, que eu tenho
mais contribuição a dar. Eu creio que ele [Lula] deve ser nosso presidente
nacional, porque é ele quem carrega essa simbologia”, disse o ex-governador ao
lado do ex-presidente Lula, no 29º Encontro Nacional do Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em Salvador. A articulação é feita por
Lula. Wagner disse ainda que pode se tornar linha de frente do PT na região
Nordeste.
“A depender de como for a
organização da direção, eu posso ser um vice-presidente no Nordeste. Mas eu não
estou pleiteando nada, assim como não estou pleiteando aqui na Bahia”, afirmou
o ex-ministro da Casa Civil. Conforme apurou a Tribuna, quem também faz gosto
pelo protagonismo de Jaques Wagner à frente do PT é o governador Rui Costa. Ele
não participou do evento, mas se encontrou com Lula em reunião discreta. Em sua
página no Facebook, o governador justificou o motivo de sua ausência. “Dei uma
pausa na correria pra levar um abraço a Lula. Não tive como ir ao encontro do
MST por conta da entrega das ambulâncias. Mas não poderia deixar de dizer a ele
que a Bahia continua sendo prova de que a mudança é possível”, disse Rui. Na
manhã de ontem ele entregou 48 novas ambulâncias a prefeituras do interior no
pátio da Secretaria de Saúde (Sesab), no Centro Administrativo da Bahia. Lula e
Wagner ainda se reuniram depois do evento de ontem com deputados e lideranças
baianas para discutir os cenários que podem ser vislumbrados previamente sobre
2018.
O ex-presidente vê em Jaques
Wagner a liderança maior do PT nordestino, pelo fato de ele ter deixado o
governo da Bahia com alto índice de aprovação popular após dois mandatos
consecutivos (oito anos) e de ainda conseguir eleger seu sucessor no primeiro
turno. Sobre o governo Rui, saiu da reunião o consenso de que Wagner deve mesmo
chegar mais junto na articulação política do governador, sobretudo no trato com
prefeitos e lideranças do interior do estado rumo às eleições de 2018. A
expectativa é de que o ‘tour’ terá início ainda no primeiro semestre deste ano,
conforme confidenciou um petista à reportagem.
Tribuna da Bahia
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