O PT vem vivendo uma crise
interna desde o impeachment da ex-presidente Dilma Roussef, passando pela
denúncia de alguns dos seus principais nomes na Operação Lava Jato e culminando
na perda de diversas prefeituras representativas pelo país. Agora, é a vez das
disputas pelo comando da Câmara dos Deputados e do Senado que abalam as
estruturas da sigla.
De acordo com a Folha de S.
Paulo, após anuência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, as principais
lideranças defendem os candidatos da base do governo Temer, como Rodrigo Maia
(DEM) ou Jovair Arantes (PTB) para a Câmara e Eunício Oliveira (PMDB) para o
Senado.
O líder do PT na Câmara,
Carlos Zarattini, apoiou a candidatura de Jovair, na última terça-feira (11),
gerando burburinhos no partido.
Para o deputado, não faz
sentido o PT lançar um candidato e, assim, perder espaço em Mesas Diretoras
relevantes. "Não adianta um candidato de oposição fazer um discurso bonito
no dia de votação e acabar ali. Nossa prioridade é ver respeitada a regra que
garante ao PT a segunda vaga na mesa. Quem é contra isso não entendeu a
questão", diz Zarattini.
Os opositores à decisão
pontuam que o candidato encabeçou o impeachment de Dilma. "É indigno e
imoral o líder do PT botar o pé no ato desse candidato golpista", criticou
o líder da sigla na Câmara.
Já no Senado, a briga é em
relação ao apoio à candidatura de Eunício. O senador Lindbergh Farias diz que
"é fazer aliança com golpista, que foi relator da PEC 55, que vai comandar
o processo de desmonte da Constituição e de ataque ao direito dos
trabalhadores".
"Em situação de
normalidade democrática não haveria problema em fazer composição na Mesa
Diretora", explica Lindbergh. Ele classifica as negociações como
"divórcio com a militância" do partido.
Outra grande defensora da
ex-presidente, a senadora Gleisi Hoffmann, demonstra preocupação com as pautas
do governo que estão por vir. "Ainda teremos a reforma da Previdência e a
trabalhista, um dos atentados a um dos direitos mais antigos dos
trabalhadores", diz.
Petistas informam que esta é
a primeira vez que o debate chega formalmente ao diretório do PT.
Bastidores do Poder
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