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segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Desigualdade salarial volta a crescer nos EUA



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O quadro da desigualdade de renda nos Estados Unidos ficou um pouco mais sombrio. Os que recebem os salários mais altos ganharam no ano passado o equivalente a 5,05 vezes o salário de seus colegas de mais baixa renda. Foi a maior disparidade já registrada pelos dados desde 1979, segundo o Departamento do Trabalho. E, o que é pior, revela que a melhoria mais recente - registrada em 2014 - foi apenas efêmera e que a tendência se desloca de novo na direção errada, observada por quase quatro décadas. Um crescimento econômico persistente e um sólido período de contratações nos últimos anos tinham aumentado as expectativas de que o fosso entre os trabalhadores ricos e os de menor renda encolheria de maneira sustentável. A realidade se mostrou decepcionante. A crescente discrepância chama a atenção para o medo que ajudou a içar o presidente Donald Trump à Casa Branca, com seu apelo aos eleitores da classe operária que se sentiam deixados para trás pela economia.
Os americanos próximos do topo da escala de renda, cujos ganhos semanais ultrapassam os auferidos por 90% de todos os trabalhadores em tempo integral com vencimentos semanais ou mensais, ganharam pelo menos US$ 2.095 em uma semana normal no ano passado, segundo relatório divulgado na terça-feira. Os enquadrados na faixa dos 10% de menor remuneração ganharam menos que US$ 415. Mas nem tudo são más notícias: os dados mais recentes mostram que, no ano passado, o total dos ganhos semanais medianos dos 101 milhões de trabalhadores de 25 anos ou mais subiu cerca de 3%, para US$ 885, em relação aos US$ 860 de 2015. Os números de 2016 foram divulgados pelo Departamento do Trabalho nesta semana juntamente com seus dados do quarto trimestre colhidos a partir de consulta a famílias americanas.
As disparidades de salário tendem a ser contracíclicas: aumentam durante períodos de crescimento mais lento da economia e encolhem quando o ciclo econômico se acelera. Naturalmente, as políticas inclusivas e as oportunidades de ascensão socioeconômica também desempenham enorme papel.
Embora a economia tenha crescido ao percentual historicamente modesto de 2,1%, em média, no atual ciclo de expansão iniciado em meados de 2009, os EUA vivem agora praticamente um quadro de pleno emprego, e o aperto do mercado de trabalho despertou esperanças de que os trabalhadores em geral acabarão assistindo a um aumento duradouro do crescimento dos salários. O que não se sabe é se os holerites também vão refletir uma queda da desigualdade nos próximos anos.


Ascom Força Sindical

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