Após a veiculação na grande
imprensa da notícia que o governo pretendia implantar a jornada flexível de
trabalho, segundo a qual o trabalhador ficaria à disposição da empresa, mas só
teria vencimentos pelas horas efetivamente trabalhadas, as centrais Central dos
Sindicatos Brasileiros (CSB), Força Sindical (FS), Nova Central Sindical de
Trabalhadores (NCST) e União Geral dos Trabalhadores (UGT) emitiram uma nota
condenando a medida.
A nota afirma que “causou
espanto, uma vez que o modelo proposto agravaria a precarização das relações de
trabalho, expondo o trabalhador a uma situação análoga à escravidão. (...) As
relações trabalhistas, que envolvem milhões e milhões de pessoas, devem ser tratadas
com amplo diálogo, que envolva representações de trabalhadores, de empresários
e, claro, do próprio governo. O modelo de lançar balões de ensaio com maldades
prontas está esgotado e deve ser sepultado em definitivo, e criar empregos,
como todos nós queremos, passa pela redução dos juros, pela retomada dos
investimentos públicos e privados e por uma agenda voltada para o crescimento
econômico e o desenvolvimento social. Não se cria empregos e não se aquece a
economia por meio de atos de última hora, no apagar das luzes de um ano duro e
difícil para toda a sociedade”.
A pressão das centrais
sindicais terminou por levar o presidente Michel Temer a recuar da decisão, e
jornais do dia 20 de dezembro, terça-feira, noticiaram que o presidente não vai
mais baixar a medida provisória.
Este fato demonstra a toda
sociedade brasileira o quanto é importante a organização sindical enquanto
legítima expressão dos interesses dos trabalhadores brasileiros. Se tivéssemos
permanecidos calados ante mais esta tentativa do governo se suprimir direitos,
com toda certeza essa medida, totalmente arbitrária e prejudicial ao conjunto
dos trabalhadores, teria passado “na calada da noite”. E aproveitamos esta
situação para fazer um apelo aos trabalhadores do nosso País: “Sindicalizem-se!
Fortaleçam ainda mais a nossa luta!”.
João Carlos Gonçalves, (Juruna)
é Secretário-geral da Força Sindical e vice-presidente do Sindicato dos
Metalúrgicos de São Paulo
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