Apenas 18% dos donos de
pequenas empresas acreditam que o fim da crise será em 2017. A maioria deles,
52,4%, esperam que a crise termine em 2019 ou depois. Contudo a percepção
predominante, de 62,6% dos empresários, é de que o ano que vem será melhor do
que o atual. O resultado faz parte de pesquisa do Sebrae Nacional, que
entrevistou 4.000 donos de micro e pequenas empresas.
Para Guilherme Afif
Domingos, presidente do Sebrae, as percepções dos empresários são realistas.
"O ano será de
travessia. Não se enxerga piora, mas o empresário percebe que estamos em quadro
no qual o consumidor está endividado, com medo de consumir, e o emprego ainda
dá sinais negativos.".
Afif diz acreditar que 2017
terá um primeiro semestre ainda trazendo resultados negativos para as empresas
e uma segunda metade em que haverá recuperação.
O pessimismo se reflete nas
ações que serão tomadas no próximo ano: 51,6% dos empresários dizem que não farão
investimentos no período. Afif diz que, em momento de aperto como o atual, os
empresários estão concentrados em obter capital de giro para manter seus
negócios em funcionamento. Como consequência, estão postergando investimentos. Dos
41,6% que pretendem investir, o principal objetivo é modernizar o negócio
(43,6%), seguido por ampliar capacidade produtiva (23%) e capacitar
funcionários (19,7%).
O ano de 2016 foi
considerado pior do que o de 2015 pela maior parte dos empresários, 59,9%.
Enquanto isso, 17,8% consideraram o ano melhor do que o anterior. Quando
observados os setores separadamente, o da construção teve desempenho percebido
como um pouco melhor do que os demais pelos empresários: 20,1% deles disseram
que 2016 foi um ano melhor.
Já o setor com mais
empresários passando por ano pior foi o comércio, com 61,4% de donos de
negócios apontando mais dificuldades do que em 2015.
A principal culpada pelo
resultado ruim, segundo os entrevistados, é a recessão (30,7%), seguida pelo
desemprego (26,9%), pela taxa de juros alta (23,1%) e pela inflação elevada
(15,5%).
Ascom Força Sindical
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