No ato "Por um Brasil
justo pra todos e pra Lula", lançado nesta quinta-feira (10), na Casa de
Portugal, na Sé, em São Paulo, que reuniu sindicatos, movimentos sociais,
partidos, intelectuais e artistas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
afirmou que há um "pacto quase diabólico" entre a mídia, o juiz
responsável pela Lava Jato, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal
contra ele.
Em seu discurso, Lula fez
uma defesa ampla da democracia e alertou para "o período de perigoso
regresso" no país.
"Eu,
na verdade, não me sinto confortável participando de um ato da minha defesa. Me
sentiria confortável participando de um ato de acusação ao grupo tarefa da Lava
Jato que está mentindo para a sociedade brasileira. Gostaria que este movimento
fosse menos personalizado na figura do Lula e mais em nome da democracia, da
justiça e dos estudantes que estão defendendo o direito de uma escola
livre", disse o ex-presidente. Sobre o posicionamento da mídia brasileira,
Lula foi enfático. "Quantos políticos aguentam 13 horas de Jornal Nacional
falando mal deles?”
A
campanha prevê eventos e manifestações, em todo o Brasil e no exterior, contra
as perseguições ao ex-presidente e em defesa da democracia. No ato, foi lido
manifesto que denuncia arbitrariedades cometidas por setores do Judiciário que
se utilizam do combate à corrupção como pretexto para perseguição política.
Também serão colhidas assinaturas em apoio ao documento.
"Hoje, o que vemos é a
manipulação arbitrária da lei e o desrespeito às garantias por parte de quem
deveria defendê-las. Tornaram-se perigosamente banais as prisões por mera
suspeita; as conduções coercitivas sem base legal; os vazamentos criminosos de
dados e a exposição da intimidade dos investigados; a invasão desregrada das
comunicações pessoais, inclusive com os advogados; o cerceamento da defesa em
procedimentos ocultos; as denúncias e sentenças calcadas em acusações
negociadas com réus, e não na produção lícita de provas", diz um trecho do
documento.
Bastidores do Poder
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