A diferença salarial entre
mulheres e homens no Brasil é uma das maiores do mundo e equiparar a condição
dos dois sexos no País levará um século. Essas são algumas das conclusões do
Relatório de Desigualdade Global de Gênero 2016 do Fórum Econômico Mundial,
publicado hoje em Genebra. De acordo com o levantamento, as sociedades mais
igualitárias são as escandinavas. O primeiro lugar é da Islândia, seguida por
Finlândia, Noruega e Suécia, ao se considerar todos os aspectos econômicos, políticos,
de saúde e de educação. Entre 144 países avaliados, o Brasil ocupa apenas a
129.ª posição no que se refere especificamente à igualdade de salários entre
gêneros. Países criticados por violações aos direitos das mulheres, como Irã,
Iêmen e Arábia Saudita estão em melhor posição que o Brasil.
Para equiparar as condições
econômicas de homens e mulheres, serão necessários 95 anos se o atual ritmo de
progresso for mantido. Em termos gerais, incluindo política, educação e outros
aspectos sociais, equiparar as condições entre gêneros no País levará 104 anos.
Segundo o Fórum Econômico Mundial, a taxa brasileira é melhor que a média
mundial, de cerca de 170 anos. Mas, ainda assim, o ritmo de avanço é
considerado como "lento demais".
O estudo aponta que a
presença de Dilma Rousseff no cargo de presidente nos últimos anos fez o Brasil
subir no ranking geral da entidade, passando da 85.ª posição para a 79.ª entre
2014 e 2015. Mas a classificação ainda é pior do que dez anos atrás, quando o
Brasil ocupava a 67.ª posição. Hoje, o País fica atrás dos 17 outros países
latino-americanos. O desempenho do Brasil pode cair nas próximas edições do
ranking, após o afastamento de Dilma e a posse de um governo com um número
reduzido de mulheres em cargos de confiança ou ministeriais. A disparidade
econômica entre homens e mulheres no Brasil é um dos fatores que mais impedem o
avanço no ranking. Nesse quesito, o País ocupa a modesta 91.ª posição entre 144
países e é superado por Paraguai, China, Camboja e Chade.
O Brasil é ainda um dos seis
países do mundo onde a diferença salarial entre homens e mulheres em cargos
executivos é de mais de 50%. Além disso, a presença de brasileiras no mercado
de trabalho também é menor: 62% ante 83% de homens. Isso coloca o Brasil na
87.ª posição por esse critério. No que se refere à renda média, a brasileira
ganha por ano US$ 11,6 mil. Já a renda média dos homens brasileiros é de US$ 20
mil. Na América Latina, os especialistas indicam que, se o ritmo for mantido, a
"lacuna econômica de desigualdade de gênero" será fechada em apenas
seis décadas.
Cargos: Na política, a
presença feminina também é pequena, mesmo que em 2015 a Presidência fosse
ocupada por uma mulher. O Congresso ocupa o 120.º lugar entre os países com
melhor representação feminina. Antes mesmo de Michel Temer assumir o governo, o
Brasil era apenas o 83.º quando o assunto era ministérios ocupados por
mulheres. Na educação, a diferença entre homens e mulheres voltou a crescer
pela primeira vez em cinco anos. O ponto positivo ficou no acesso à saúde, em
que o País aparece em 1º lugar.
As informações são do jornal
O Estado de S. Paulo.
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