Lula foi indiciado por
corrupção passiva, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. Dona Marisa por
corrupção e lavagem. A conclusão do delegado Márcio Adriano Anselmo é que o
casal "foi beneficiário de vantagens ilícitas, por parte da OAS, em
valores que alcançaram R$ 2,4 milhões referentes as obras de reforma no
apartamento 164-A do Edifício Solaris, bem como no custeio de armazenamento de
bens do casal".
A apuração do inquérito teve
como ponto central reforma realizada no tríplex, construído pela Bancoop
(cooperativa habitacional do sindicato dos bancários), que teve como presidente
o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto - preso desde abril de 2015. O imóvel
foi adquirido pela OAS e recebeu benfeitorias da empreiteira, acusada de
corrupção na Petrobrás. O ex-presidente seria o verdadeiro dono do tríplex- a
defesa do petista nega taxativamente. É o primeiro indiciamento formal contra
Lula, nas apurações da Lava Jato em Curitiba. A conclusão do inquérito da PF,
com o indiciamento dos investigados, antecede a denúncia criminal a ser
apresentada pelo Ministério Público Federal ao juiz federal Sérgio Moro, que
conduz os processos do caso em primeira instância. Os procuradores pediram 90
dias para oferecer denúncia no caso.Lula foi alvo de condução coercitiva, no
dia 4 de março, quando foi deflagrada a 24ª fase da Lava Jato, batizada de
Operação Aletheia. Na ocasião ele negou conhecer o engenheiro da OAS Paulo
Gordilho, que teria participado da reforma da cozinha do tríplex e de outra
propriedade que investigadores atribuem a Lula, o sítio de Atibaia (SP).
Investigações. Outro
inquérito, em fase final, investiga a compra e reformas no sítio Santa Bárbara,
em Atibaia, interior de São Paulo. O imóvel, para a Lava Jato, pertence a Lula
e recebeu obras da OAS e da Odebrecht. O terceiro inquérito da PF vasculha
pagamentos e doações à LILS Palestras e Eventos e ao Instituto Lula.A PF
suspeita que a LILS e o Instituto receberam valores de empreiteiras contratadas
durante os dois mandatos de Lula (2003/2010).
Investigadores da
força-tarefa, em Curitiba, reuniram elementos para apontar a participação de
Lula no esquema de cartel e corrupção que vigorou de 2004 a 2014, na Petrobrás
- e teria sido espelhado em outras áreas do governo, como contratos do setor de
energia, concessões de aeroportos e rodovias. Com base em uma sistemática
padrão de corrupção como "regra do jogo", empreiteiras, em conluio
com agentes públicos e políticos da base, PT, PMDB e PP, em especial, desviavam
de 1% a 3% em contratos das estatais. Um rombo de pelo menos R$ 6,2 bilhões, só
na Petrobrás.
Lula teria recebido
"benesses" das empreiteiras do cartel, como Odebrecht, OAS e outras. Executivos dos dois
grupos empresariais negociam desde o início do ano acordos de delação premiada
com o Ministério Público Federal - a da OAS foi encerrada nesta semana pela
Procuradoria Geral da República (PGR).
Poder & Política
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