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quinta-feira, 16 de junho de 2016

Cunha considera renunciar à presidência para diminuir pressão do Judiciário




Aliados de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) dizem que ele já não está mais tão irredutível como antes em relação à possibilidade de renunciar à presidência da Câmara. Segundo deputados próximos ao peemedebista, o parlamentar fluminense não descarta que poderá abdicar ao comando da Casa, principalmente como uma estratégia para tentar diminuir a pressão do Poder Judiciário contra ele.
Aliados lembram que, desde a semana passada - quando o Conselho de Ética adiou para esta terça-feira, 14, a votação do parecer pela a cassação, por medo de derrota -, a Justiça comum, a Procuradoria-Geral da República (PGR) e o Supremo Tribunal Federal (STF) passaram a divulgar todos os dias denúncias e fatos novos relacionados a processos contra Cunha e sua família. "Nos últimos dias, se estabeleceu um linchamento contra ele", afirma um aliado.
Com a renúncia do comando da Câmara, membros da chamada "tropa de choque" de Cunha acreditam que o peemedebista sinalizaria que não vai mais interferir nos trabalhos da Casa, como acusa a PGR. Isso poderia ajudá-lo na defesa do pedido de prisão preventiva feito pela Procuradoria ao STF e que tem como base justamente a acusação de que, mesmo afastado, ele continua interferindo no comando da Câmara.Aliados do presidente afastado acreditam que, com essa sinalização, o Judiciário poderá arrefecer a pressão contra Cunha e seus familiares. Com isso, o peemedebista teria um terreno "mais tranquilo" para se dedicar à sua defesa tanto na Justiça quanto na Câmara. "Ele pode acabar renunciando por necessidade para diminuir essa pressão", diz um aliado.
Oficialmente, o peemedebista nega por enquanto que pretende renunciar.A renúncia, porém, já não tem mais o mesmo potencial de ajudar Cunha a salvar o mandato no plenário. Amigos do parlamentar avaliam que, depois de o Conselho de Ética aprovar parecer pedindo sua cassação por 11 votos a 9, dificilmente deputados aceitarão alterar a cassação por uma pena mais branda no plenário, onde a votação será aberta e transmitida ao vivo em rede nacional de televisão.
Nessa estratégia para tentar diminuir a pressão do Judiciário, a defesa de Cunha também sinalizou que ele poderá vir a colaborar com a Justiça, por meio de uma delação premiada, como antecipou a Coluna do Estadão. Mas a hipótese foi negada por ele, sob o argumento que "não praticou crime nenhum e não tem o que delatar".

Poder & Política


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