Aliados de Eduardo Cunha
(PMDB-RJ) dizem que ele já não está mais tão irredutível como antes em relação
à possibilidade de renunciar à presidência da Câmara. Segundo deputados próximos
ao peemedebista, o parlamentar fluminense não descarta que poderá abdicar ao
comando da Casa, principalmente como uma estratégia para tentar diminuir a
pressão do Poder Judiciário contra ele.
Aliados lembram que, desde a
semana passada - quando o Conselho de Ética adiou para esta terça-feira, 14, a
votação do parecer pela a cassação, por medo de derrota -, a Justiça comum, a
Procuradoria-Geral da República (PGR) e o Supremo Tribunal Federal (STF)
passaram a divulgar todos os dias denúncias e fatos novos relacionados a
processos contra Cunha e sua família. "Nos últimos dias, se estabeleceu um
linchamento contra ele", afirma um aliado.
Com a renúncia do comando da
Câmara, membros da chamada "tropa de choque" de Cunha acreditam que o
peemedebista sinalizaria que não vai mais interferir nos trabalhos da Casa,
como acusa a PGR. Isso poderia ajudá-lo na defesa do pedido de prisão
preventiva feito pela Procuradoria ao STF e que tem como base justamente a
acusação de que, mesmo afastado, ele continua interferindo no comando da
Câmara.Aliados do presidente afastado acreditam que, com essa sinalização, o
Judiciário poderá arrefecer a pressão contra Cunha e seus familiares. Com isso,
o peemedebista teria um terreno "mais tranquilo" para se dedicar à sua
defesa tanto na Justiça quanto na Câmara. "Ele pode acabar renunciando por
necessidade para diminuir essa pressão", diz um aliado.
Oficialmente, o peemedebista
nega por enquanto que pretende renunciar.A renúncia, porém, já não tem mais o
mesmo potencial de ajudar Cunha a salvar o mandato no plenário. Amigos do
parlamentar avaliam que, depois de o Conselho de Ética aprovar parecer pedindo
sua cassação por 11 votos a 9, dificilmente deputados aceitarão alterar a
cassação por uma pena mais branda no plenário, onde a votação será aberta e
transmitida ao vivo em rede nacional de televisão.
Nessa estratégia para tentar
diminuir a pressão do Judiciário, a defesa de Cunha também sinalizou que ele
poderá vir a colaborar com a Justiça, por meio de uma delação premiada, como antecipou
a Coluna do Estadão. Mas a hipótese foi negada por ele, sob o argumento que
"não praticou crime nenhum e não tem o que delatar".
Poder & Política
Nenhum comentário:
Postar um comentário