Principal partido de
oposição ao governo Michel Temer, o PT ficará isolado no Congresso Nacional
caso adote a estratégia de obstruir e se opor a todas as proposições enviadas
pelo governo do presidente em exercício Michel Temer. Até então seus aliados
mais fiéis, PDT e PC do B – que seguiram ao lado dos petistas até o afastamento
da presidente Dilma Rousseff – avisam que vão assumir postura diferente nas
votações se o PT apostar na tática do “quanto pior melhor”.
Linha auxiliar - Os dois
partidos tentam se livrar da imagem de linha auxiliar dos petistas e dizem
estar elaborando uma estratégia própria de atuação. Na Câmara, a ideia do PDT é
tentar se diferenciar de uma eventual oposição “a qualquer custo” do PT.
À frente de uma bancada de
20 parlamentares, o líder do partido na Casa, deputado Weverton Rocha (MA),
defende que a legenda deve construir uma linha oposicionista “construtiva, e
não irresponsável igual ao PT”. “Não é inteligente, por exemplo, o PT fazer
obstrução a medidas provisórias que eles próprios editaram. Não acho coerente
isso”.
O PDT está preocupado com as
eleições de 2018, quando pretende lançar o ex-ministro Ciro Gomes (CE)
candidato à Presidência da República. “Como o PDT tem projeto próprio em 2018,
vamos tentar protagonizar uma frente de oposição. Temos que ter uma postura
diferenciada, para deixar claro que temos caminho próprio”, disse o líder
pedetista.
“Oposição inteligente” -
Embora tenha tentado obstruir a votação da revisão da meta fiscal como o PT, o
PC do B também passou a adotar o discurso de que é preciso fazer uma oposição
“inteligente” no Congresso. “Não é oposição a qualquer custo. Não adianta fazer
oposição igual ao PT”, afirma o deputado Orlando Silva (PC do B-SP).
Segundo ele, a legenda
pretende se aproximar mais do PDT, para fazer uma “estratégia de oposição
comum”. “Não ficaremos a reboque do PT”. No caso do PC do B, esse
distanciamento do PT teve um motivo adicional. Nas últimas semanas, as duas
siglas disputaram a liderança da minoria na Câmara.
O PC do B queria emplacar a
deputada Jandira Feghali (RJ). O PT, contudo, não abriu mão da indicação, que
cabia ao partido, por ter a maior bancada. “Como pode o (José) Guimarães (CE),
ex-líder do governo, assumir a minoria? Foi uma sinalização negativa de que já
aceitamos que seremos definitivamente minoria”, afirmou Silva.
Toda Bahia
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