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terça-feira, 12 de abril de 2016

Temer divulga por engano áudio com discurso que faria após impeachment passar na Câmara




Em mensagem de quase 15 minutos enviada por engano a parlamentares do PMDB, o vice-presidente da República, Michel Temer, disse que “aconteça o que acontecer” é preciso construir um governo de “salvação nacional” e alertou que haverá “sacrifícios” para retomar o crescimento. O áudio do vice antecipa o discurso que seria feito à Câmara caso a Casa autorizasse a abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, o que está previsto para ocorrer apenas no próximo fim de semana.
"Aconteça o que acontecer no futuro, é preciso um governo de salvação nacional e, portanto, de União nacional. É preciso que se reúna todos os partidos políticos e todos os partidos políticos estejam dispostos à colaboração para tirar o País da crise”, afirmou Temer no áudio ao qual o Estado teve acesso. Temer diz no áudio que “sem essa unidade nacional, penso que será difícil tirar o País da crise em que nos encontramos”.
O atual vice-presidente da República diz, como “substituto constitucional da presidente da República”, que o País terá que se submeter a sacrifícios. “Vamos ter muitos sacrifícios pela frente. Sem sacrifícios não conseguiremos avançar para retomar o crescimento e o desenvolvimento que pautaram a atividade do nosso País nos últimos tempos antes desta última gestão”, afirmou.
Temer diz no áudio que, assumindo a Presidência, manterá programas sociais como Bolsa Família, Pronatec e Fies. “Sei que dizem de vez em quando que, se outrem assumir, vamos acabar com Bolsa Família, vamos acabar com Pronatec, vamos acabar com Fies. Isso é falso. É mentiroso e fruto dessa política mais rasteira que tomou conta do País. Portanto, neste particular, quero dizer que nós deveremos manter estes programas e até, se possível, revalorizá-los e ampliá-los”, afirmou.
O vice diz, no entanto, que o Bolsa Família será um programa de transição em seu eventual governo. “Há de ser um estágio do Estado brasileiro. Daqui a alguns anos, a empregabilidade tenha atingido um tal nível que não haja necessidade de Bolsa Família. Mas, enquanto persistir a necessidade, manteremos”, afirmou.
O vice-presidente diz também que terá a retomada dos empregos. “Para que haja emprego, é preciso que haja uma conjugação dos empregadores com os trabalhadores. Você só tem emprego se a indústria, o comércio, as atividades de serviço todas estiverem caminhando bem. A partir daí que você tem emprego e pode retomar o emprego”, afirmou.
Ele defendeu ainda as parcerias público-privadas para que o Estado fique responsável exclusivo apenas de algumas áreas específicas.


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