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segunda-feira, 18 de abril de 2016

Manifestantes contra e a favor rejeitam Michel Temer, diz pesquisa




Existe algo que pode fazer movimentos contra e favoráveis ao impeachment se unirem: a rejeição ao vice-presidente Michel Temer, segundo pesquisa do Datafolha. De acordo com a Folha de S. Paulo, o instituto entrevistou manifestantes que participaram de atos contra e a favor do governo Dilma Rousseff no domingo (17), em São Paulo.
Na avenida Paulista, onde foi promovido um protesto pelo afastamento de Dilma, 54% dos entrevistados, conforme informa o Datafolha, disseram ser favoráveis ao impedimento também de Temer. Ele assumirá a Presidência caso o impeachment da petista seja confirmado no Senado. Não é nada positiva a expectativa quanto a um eventual governo Temer: a maioria dos manifestantes da Paulista (68%) acredita que a gestão dele será regular ou ruim/péssima. Segundo estimativa do instituto, estiveram na avenida 250 mil pessoas.
Manifestantes que estiveram no Vale do Anhangabaú (centro de São Paulo), onde foi realizado um ato contrário ao impeachment de Dilma, a avaliação do vice-presidente é ainda pior. Neste domingo, com público estimado do local foi de 42 mil. Entre esses manifestantes, 79% defendem que Temer também seja afastado e 88% entendem que o governo dele será ruim ou péssimo. O Datafolha ouviu 1.147 pessoas no Anhangabaú e 2.078 pessoas na região da avenida Paulista entre 15h e 22h. A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos, na pesquisa feita com os movimentos favoráveis a Dilma e de dois pontos percentuais no protesto contra a presidente.
Existe ainda outro ponto de união entre os manifestantes do Anhangabaú e da Paulista: a cassação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Na mobilização pró-Dilma, 94% disseram ser favoráveis ao afastamento do deputado federal, que conduziu o processo de impeachment até agora. Na Paulista, o índice não foi muito diferente: 87% declararam apoio ao afastamento do congressista, que é réu no Supremo Tribunal Federal, por corrupção.
Sobre o afastamento de Dilma, os resultados são contrários. Os manifestantes no Anhangabaú se mostraram céticos sobre a saída dela do cargo, ou seja, 77% consideram que ela não acabará de fato afastada. Já na avenida Paulista, 94% creem que a presidente deixará o cargo. O Datafolha esclarece que, a exemplo de grandes protestos anteriores, tanto na Paulista quanto no Anhangabaú o perfil dos manifestantes se manteve elitizado. Na manifestação pelo pró-impeachment, 31% disseram ter renda superior a dez salários mínimos.

No ato favorável à presidente, 61% declararam que possuem curso superior, na cidade de São Paulo o índice é de 28%.

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