O governo mobilizou toda sua
estrutura para realizar,mesmo que à força, a reforma da Previdência. Sob a falsa
premissa de que se não alteradas as regras das aposentadorias, nas próximas décadas
o país terá de lidar com um imenso rombo orçamentário, seguem os governistas em
busca de negociar as mudanças como meio para atrair investidores em uma
economia estagnada. Ao mesmo tempo, serve para costurar a aprovação da CPMF no
Congresso, que seria outra fonte de dinheiro para injetar na economia. Não se
busca salvar a Previdência, busca-se, sim, salvar um mandato político às custas
de transferências dos erros de gestão para o povo. Mesmo com a ampliação do
número de cidadãos com cobertura da Previdência Social, entre 2003 e 2014 os
impactos dos benefícios no PIB subiram de 6% para 7,4%, o que desmonta a tese
governamental de que há um rombo no sistema. Analisada de forma isolada, é
evidente que há a necessidade de ajustar a Previdência, considerando que os
brasileiros estão vivendo mais e a taxa de natalidade diminuindo, o que
significa a ampliação do tempo de cobertura e a diminuição do número de
trabalhadores para manter o sistema equilibrado.
Essa equação precisa ser
debatida, mas não é uma sangria, até porque os impactos de uma reforma só
seriam sentidos nas finanças nas próximas décadas. Fato é que reformar não
necessariamente é sinônimo de retirar ou suprimir, no entanto, a reforma em
andamento escamoteia interesses que mais estão atrelados à salvação dessa
gestão do que o bem-estar do cidadão e a sustentabilidade do sistema
previdenciário. O Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da
Força Sindical,
constituído por cidadãos que
já encerraram seu ciclo laboral, ainda assim não foge à luta e participa deste
enfrentamento em
defesa dos direitos dos
trabalhadores brasileiros e pela manutenção de um dos maiores patrimônios de
amparo social.
Carlos Ortiz é presidente do
Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical
Nenhum comentário:
Postar um comentário