A campanha de 2012 ainda nem
havia começado, mas ACM Neto (DEM) já sabia que enfrentaria a OAS como
adversária. Davam-lhe esta certeza a eleição anterior, que perdeu para o então
prefeito João Henrique, numa disputa da qual participou como candidato do PT à
Prefeitura o senador Walter Pinheiro, e a inimizade com a tia Tereza Mata Pires
e seu marido, César, dono da empreiteira, que se tornou pública depois da morte
de seu avô, ACM.
Os desentendimento
familiares chegaram ao ápice no ano eleitoral de 2008, quando, a pedido do
casal, a Justiça autorizou a invasão do apartamento da avó de Neto e viúva de
ACM, Dona Arlete Magalhães, uma verdadeira dama da sociedade baiana, motivo
porque a atitude foi considerada uma agressão, gerando uma onda de revolta até
nos adversários do carlismo. Tereza e César alegavam ter sido impedidos de
fazer um inventário nos bens guardados no imóvel.
Mas um detalhe não passou
despercebido em todo o episódio: o sobrenome da juíza que autorizou a ação.
Tratava-se de Fabiana Pelegrino, mulher do deputado federal Nelson Pelegrino
(PT). Por mais que o petista proclamasse a independência do juízo da mulher, os
Magalhães nunca engoliram sua versão. Muita água rolou debaixo da ponte até
Neto se eleger prefeito, em 2012, mas a OAS permaneceu na lista negra do
prefeito.
Na campanha ao governo de
Paulo Souto (DEM), em 2014, da qual Neto foi um dos coordenadores,
provavelmente em algum momento de dificuldade de arrecadação, o prefeito teria
deixado escapar, durante um almoço descontraído num imóvel bem decorado de
frente para a Baía de Todos os Santos, que não esperassem contar com a ajuda da
OAS. E complementado que, se dependesse dele, em seu governo, a empreiteira não
pegaria uma obra sequer.
Depois que Neto deixou o
recinto, alguém explicou que o rompante devia-se a um sentimento de revolta do
prefeito com o comportamento da OAS na campanha em que venceu a eleição. O
prefeito já sabia, por exemplo, que o apoio do radialista Mário Kertész e então
candidato do PMDB a Pelegrino, no segundo turno, fora fechado numa reunião no
escritório da empreiteira no Rio de Janeiro, na presença do ex-presidente da
OAS, Leo Pinheiro, condenado na Lava Jato, como revelou ontem gente sua à
coluna Radar Online.
Política Livre
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