A presidente Dilma Rousseff
reconheceu neste domingo em Nova York, onde participa da Assembleia Geral da
ONU, que houve falhas na construção da hidrelétrica de Belo Monte, principal
obra de seu governo e uma das vitrines de sua campanha à reeleição.
"Tem falha? Ah, não
tenha dúvida que tem. Mas fato de ter falhas não significa que a gente vá
destruir esse processo. Pelo contrário, temos de reconhecê-las e
melhorar", disse a presidente em entrevista a jornalistas após anunciar as
propostas que o Brasil levará à próxima conferência climática da ONU, em
dezembro.
Dilma foi questionada pela
BBC Brasil sobre denúncias de irregularidades na usina, que recentemente teve
sua licença de operação negada, e sobre críticas ao impacto de Belo Monte e da
hidrelétrica de São Luiz dos Tapajós (ainda não licitada) em comunidades
indígenas.
É a primeira vez que a
presidente admite falhas em Belo Monte, maior hidrelétrica em construção do
mundo, no Pará. Em sua campanha à reeleição, Dilma gravou um programa no
canteiro de obras da usina e exaltou seu porte.
Na última quinta-feira, o
Ibama (Instituto Brasileiro dos Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis) condicionou a concessão da licença de operação de Belo Monte ao
cumprimento de 12 requisitos. A cargo da concessionária Norte Energia, as ações
incluem obras de saneamento e a conclusão do remanejamento de pessoas
desalojadas pelo lago da usina.
A Norte Energia disse que
comprovaria a realização das ações nos próximos dias. Sem a licença de
operação, a usina fica impedida de encher seu reservatório e gerar energia.
O empreendimento enfrenta
ainda uma série de críticas por seus efeitos em comunidades indígenas. Em
entrevista à BBC Brasil em 2013, a então presidente da Funai (Fundação Nacional
do Índio, órgão ligado ao Ministério da Justiça), Maria Augusta Assirati, disse
que Belo Monte "causou impactos enormes, alguns deles irreversíveis"
em índios que vivem perto da construção.
msn Noticias
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