Dezenas de milhares de
pessoas foram às ruas neste domingo em cidades de mais de 20 Estados
brasileiros e do Distrito Federal para pedir o impeachment da presidente Dilma Rousseff
na terceira manifestação nacional neste ano contra o governo da petista, depois
de protestos semelhantes em março e em abril. Ainda que o contingente de
manifestantes possa ter sido menor do que em protestos anteriores, a marca
comum nas várias cidades foi o pedido de saída de Dilma. Até o início da noite,
não haviam sido divulgados números oficiais de manifestantes em São Paulo e no
Rio de Janeiro, duas das principais cidades do país. Segundo o Datafolha, no
entanto, 135 mil pessoas ocuparam a Avenida Paulista, foco o do protesto na
capital paulista.
Na avaliação do Palácio do
Planalto, as manifestações ocorreram dentro da normalidade democrática, segundo
o ministro da Comunicação Social, Edinho Silva. Além do "Fora Dilma",
os protestos em mais de 200 cidades brasileiras também foram marcados por
palavras de ordem contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que quando
governou o país chegou a ter popularidade na casa dos 80 por cento, e a favor
do juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos relacionados à
operação Lava Jato, que investiga um esquema bilionário de corrupção na
Petrobras (PETR4.SA). A terceira manifestação nacional contra o governo Dilma
neste ano acontece depois de uma semana em que a presidente ganhou fôlego
político, com decisões favoráveis a ela no Judiciário e uma reaproximação com o
Senado, especialmente o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL).
Entretanto, os manifestantes
que foram às ruas neste domingo não pareciam dispostos a dar trégua à
presidente. Nas principais capitais do país --como São Paulo, Rio de Janeiro,
Brasília, Porto Alegre e Recife-- destacavam-se enormes faixas verdes e
amarelas com os dizeres "Impeachment Já" em preto. Dilma, que ficou o
fim de semana em Brasília para acompanhar as manifestações, estava reunida no
Palácio da Alvorada no início da noite de domingo com ministros para avaliar os
protestos.
Ao contrário das outras duas
grandes manifestações nacionais realizadas contra o governo Dilma neste ano,
desta vez o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), derrotado por Dilma
na eleição presidencial do ano passado, participou diretamente dos protestos.
Ele teve seu nome entoado ao chegar e ao sair da Praça da Liberdade, em Belo
Horizonte, e chegou a discursar para os manifestantes, criticando o governo.
"Venho como cidadão
indignado com a corrupção, com a mentira, com a incompetência desse governo,
que vem fazendo tão mal aos brasileiros", disse o tucano. "Não
importa o tamanho da manifestação porque a indignação hoje dos brasileiros é
enorme, é até mesmo maior do que depois das eleições. Mas o Brasil é mais forte
que tudo isso", acrescentou.
Poder & Politica
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