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segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Milhares vão às ruas e pedem saída de Dilma



Dezenas de milhares de pessoas foram às ruas neste domingo em cidades de mais de 20 Estados brasileiros e do Distrito Federal para pedir o impeachment da presidente Dilma Rousseff na terceira manifestação nacional neste ano contra o governo da petista, depois de protestos semelhantes em março e em abril. Ainda que o contingente de manifestantes possa ter sido menor do que em protestos anteriores, a marca comum nas várias cidades foi o pedido de saída de Dilma. Até o início da noite, não haviam sido divulgados números oficiais de manifestantes em São Paulo e no Rio de Janeiro, duas das principais cidades do país. Segundo o Datafolha, no entanto, 135 mil pessoas ocuparam a Avenida Paulista, foco o do protesto na capital paulista.
Na avaliação do Palácio do Planalto, as manifestações ocorreram dentro da normalidade democrática, segundo o ministro da Comunicação Social, Edinho Silva. Além do "Fora Dilma", os protestos em mais de 200 cidades brasileiras também foram marcados por palavras de ordem contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que quando governou o país chegou a ter popularidade na casa dos 80 por cento, e a favor do juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos relacionados à operação Lava Jato, que investiga um esquema bilionário de corrupção na Petrobras (PETR4.SA). A terceira manifestação nacional contra o governo Dilma neste ano acontece depois de uma semana em que a presidente ganhou fôlego político, com decisões favoráveis a ela no Judiciário e uma reaproximação com o Senado, especialmente o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL).
Entretanto, os manifestantes que foram às ruas neste domingo não pareciam dispostos a dar trégua à presidente. Nas principais capitais do país --como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Porto Alegre e Recife-- destacavam-se enormes faixas verdes e amarelas com os dizeres "Impeachment Já" em preto. Dilma, que ficou o fim de semana em Brasília para acompanhar as manifestações, estava reunida no Palácio da Alvorada no início da noite de domingo com ministros para avaliar os protestos.

Ao contrário das outras duas grandes manifestações nacionais realizadas contra o governo Dilma neste ano, desta vez o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), derrotado por Dilma na eleição presidencial do ano passado, participou diretamente dos protestos. Ele teve seu nome entoado ao chegar e ao sair da Praça da Liberdade, em Belo Horizonte, e chegou a discursar para os manifestantes, criticando o governo.
"Venho como cidadão indignado com a corrupção, com a mentira, com a incompetência desse governo, que vem fazendo tão mal aos brasileiros", disse o tucano. "Não importa o tamanho da manifestação porque a indignação hoje dos brasileiros é enorme, é até mesmo maior do que depois das eleições. Mas o Brasil é mais forte que tudo isso", acrescentou.

Poder & Politica


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