Enquanto as bancadas petistas na Câmara e no Senado optaram
por classificar de "golpista" a oposição - "o partido tucano
assumiu de vez, e sem qualquer pudor, a camisa do golpismo" -, os aliados preferiram
demonstrar na nota assinada por oito siglas da base (PT, PMDB, PDT, PROS, PRB,
PC do B, PR e PSD) "convicção" nos argumentos do governo sobre as
contas de 2014 e reafirmar "respeito à Constituição e seu inarredável
compromisso com a vontade popular expressa nas urnas e com a legalidade
democrática".
O presidente do PT, Rui Falcão, queria que a nota dos aliados
contivesse um tom mais efusivo em defesa da presidente e menções diretas ao
Tribunal de Contas da União. Isso acabou por causar constrangimento aos líderes
das siglas da base, que preferiram divulgar uma nota mais "amena" e
com apenas citação indireta ao tribunal. Prevaleceu o entendimento de que os
ministros do TCU ainda não se pronunciaram sobre o caso das "pedaladas
fiscais". Em razão disso, uma citação ao tribunal poderia desencadear uma
reação negativa.
Falcão chegou com a nota pronta na reunião realizada na
Vice-Presidência da República com lideranças da base aliada, mas teve de fazer
mudanças defendidas por alguns dos presentes. Foram retirados do texto ataques
diretos à oposição, liderada pelo PSDB, do senador Aécio Neves (MG), o que fez
com que o PT produzisse suas próprias notas, mais contundentes. "Não há
crise política nenhuma, as instituições estão funcionando regularmente",
disse Falcão, ao deixar o gabinete do vice-presidente. Chamou atenção o fato de
o texto final da nota dos aliados não ter sido assinado por duas legendas da
base. O PP, que detém o Ministério da Integração Nacional, e o PTB, que tem
indicados no segundo escalão do governo. Somados, os partidos que assinam a
nota têm 263 deputados.
A nota também não menciona o processo sobre as prestação de
contas da última campanha presidencial, que também deverá ser avaliado pelo
Tribunal Superior Eleitoral (TSE), neste segundo semestre. Segundo fontes, isso
ocorreu porque o processo imediato a ser avaliado é o do TCU.
Com informações do Estadão Conteúdo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário