Antonio Batista de Morais ,
Antonio Silvino, foi no década de vinte, o cangaceiro mais temido dos Estados
da Paraíba e Pernambuco. A sua saga, começou como em toda história de
cangaceiro, com uma vingança, quando ele matou o primeiro desafeto pra vingar a
morte do próprio pai. Depois matou outros desafetos, gostou e saiu matando os seus
e os desafetos dos outros. Só parou quando foi ferido e preso em Taquaritinga,
em Pernambuco.
Seu João Pequeno, era um velhinho
miudinho magrinho que tinha uma terrinha no município de Caraúbas, no Cariri
paraibano, por onde passava de vez em quando , Antonio Silvino e seu bando
desordeiro. Usava um pequeno chapéu de couro,um bigode branco e cheio, só
vestia mescla e sua vida era de casa pra o roçado , e o curral dos bichos.
A rua somente nos dias de feira,
era o homem mais calmo do mundo, só tinha um porém: Seu João , era brabo que só
cobra de resguardo. Um dia, o cão bateu na sua porta , um cabra do bando de
Antônio Silvino, foi lá lhe pedir dinheiro e levou uma descompostura e saiu
prometendo vingança.
Esse mesmo cabra, logo depois,
juntou-se com mais outros quatro e numa boquinha de noite, cercaram a casa onde
moravam seu João e a mulher. Com a casa totalmente cercada, o cabra ofendido
gritou pra seu João :
Meu véi, a casa tá cercada e num
adianta fazer besteira não , nós tamo tudo armado.
O velho ainda perguntou :
E quem vem lá?
O cabra respondeu :
Nós samo fulano, cicrano e
beltrano , do bando de Antõe Sirvino.
O velho disse :
Ah, é?
Eles responderam :
É .
E o que é que vocês querem ?
Queremo uma conversinha com o
senhor , pra vosmicê aprender a atender pedido de home.
Isso foi seu João:
Ô mulé, tira o saguim de dentro do
cano do "cravinote" que eu vou dar uma vadiada com esses meninos lá
fora.
Os cabras "queimaram" o
chão ...
Por Zelito Nunes
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