“O plenário da Câmara Federal aprovou a Medida Provisória
(MP) 665, que limita o acesso dos
trabalhadores ao seguro-desemprego e ao abono salarial. Apesar do
resultado da votação lutamos até o fim para garantir nossos direitos”, disse
Miguel Torres, presidente da Força Sindical. Os parlamentares ainda votaram
ontem (dia 7) os destaques que podem modificar a proposta. Não incluímos o
resultado da votação dos destaques nesta matéria. Depois da Câmara, a MP será encaminhada
para o Senado na próxima semana.
“Justamente agora que os efeitos da crise econômica atingem
com mais força os empregos, as regras para receber o benefício ficam mais
rígidas e retiram, sim, direitos dos trabalhadores, embora muitos digam o
contrário”, observa Miguel. “O trabalhador só poderá requerer o seguro depois
de completar um ano de trabalho no mesmo emprego. Uma das consequências poderá
ser o aumento da informalidade, prejudicando um trabalho que há anos
desenvolvemos para formalizar os trabalhadores”, afirma. A sessão que analisou
a MP foi tensa. O deputado Paulo Pereira da Silva, Paulinho (Solidariedade-SP),
comentou a votação da medida: “É um absurdo o PT apoiar medidas que tiram
direitos dos trabalhadores, com milhares deles sendo demitidos no ABC, base da
CUT”, declara. A Força Sindical e as demais Centrais promoveram manifestações,
atos e protestos pelo Brasil contra estas medidas, inclusive bloqueando
rodovias e parando empresas. No dia 28 de janeiro realizamos o ‘Dia Nacional de
Luta em Defesa dos Direitos e do Emprego’. Em São Paulo, o ato foi no vão central do Masp, na avenida Paulista.
A Força Sindical, por meio da CNTM (Confederação Nacional dos
Trabalhadores Metalúrgicos), ingressou com ações no Supremo Tribunal Federal
(STF), no dia 30, contra as restrições à concessão dos benefícios trabalhistas
e sociais. Na Adin (Ação Direta de Inconstitucionalidade), a Central pretende
debater a constitucionalidade das medidas, que limitam as regras para o
pagamento do abono salarial, do seguro-desemprego, da pensão por morte e do
auxílio-doença.
As Centrais ainda tentaram sensibilizar o governo a retirar
as medidas do Congresso. “Não vamos pagar por uma crise que não fabricamos”,
disse o presidente da Força, que esteve, ao lado de dirigentes da Central,
diversas vezes em Brasília para pressionar os parlamentares e participar de
várias negociações com os ministros.
Ascom Força Sindical
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