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segunda-feira, 4 de maio de 2015

Lula e a tática do ataque como melhor defesa



Mais que um ataque às “elites”, a participação do ex-presidente Lula na festa do 1º de Maio, em São Paulo, é uma defesa prévia, a qual não gostaria de estar fazendo, mas a ela é compelido pelo desespero de sentir cada vez mais próximos os fatos que aos poucos vão liquidando o PT e seus principais quadros.
Na saraivada de frases que proferiu, cercado por uma plateia amiga e calculada – até pela evidente divisão das forças sindicais –, o que ressai é a incoerência de sempre, o apelo a uma realidade inexistente, na busca de envolver pela emoção o público mais sujeito às investidas do seu confusionismo.
Não faz nenhum sentido, por exemplo, atribuir acusações de tráfico de influência que lhe são feitas a um “medo inexplicável” de que volte à presidência da República alguém que beneficiou, confessadamente, as classes dominantes, especialmente grandes empresários e banqueiros. Seriam mesmo “masoquistas”, como disse.
Lula está sendo citado como mentor, participante ou beneficiário de transações nebulosas desde o mensalão, cuja existência ele inicialmente aceitou, definindo-o como “uma facada pelas costas”, e depois negou, prometendo que ia “desmontar a farsa” quando deixasse a presidência, e o que vimos foi a condenação de seus aliados.
Durante dez anos, a cada nova suspeita que se levanta, o silêncio e a dissimulação têm sido as práticas do ex-presidente. Agora, com a nação à beira de uma convulsão, que poderá ter motivação de várias origens, ele entende que é preciso reativar as baterias de bravatas e sofismas.
Empresários que fazem parte da “elite” ganharam muito dinheiro ilícito em seu governo e no da presidente Dilma. Se agora abrem o bico, não é porque sejam entes maléficos que conspirariam para impedir a continuidade da “redenção” do povo brasileiro com sua volta ao cargo. Apenas querem salvar a pele, mais ou menos o que Lula deseja para si.



Por Escrito 

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