O papa Francisco aproveitou as comemorações da Páscoa para
condenar os ataques recentes visando os cristãos do mundo. O sumo pontífice
lembrou do massacre na universidade de Garissa, no Quênia, para criticar
duramente a “fúria jihadista”. O chefe da Igreja Católica faz na manhã deste
domingo (5) a tradicional benção Urbi e Orbi (à cidade e ao mundo). O papa
Francisco, que presidiu na noite deste sábado (4) a vigília pascal, cerimônia
que celebra, segundo o cristianismo, a ressurreição de Jesus, condenou a
“brutalidade insensata” do massacre dos jihadistas shebab contra os estudantes
de Garissa, no leste do Quênia. O papa disse que “todos os responsáveis devem
ampliar seus esforços para colocar um fim nessa violência”.
O ataque na universidade queniana deixou 148 mortos e os
extremistas separaram os muçulmanos e os não-muçulmanos antes da execução.
“Hoje nós vemos nossos irmãos perseguidos, decapitados e crucificados por sua
fé sob nossos olhos e, frequentemente, com nosso silêncio cúmplice”, acusou o
sumo pontífice já na sexta-feira em Roma.
O Vaticano tem reagido à multiplicação de perseguições
visando os cristãos, seja por indivíduos ou por grupos de extremistas
muçulmanos. A Igreja Católica, por meio principalmente do ministro do diálogo
interreligioso, Jean-Louis Tauran, reclama do fato de que as autoridades
ocidentais e muçulmanas não se mobilizem para denunciar os crimes recentes.
As declarações mais duras do Vaticano começaram no ano passado,
quando o grupo Estado Islâmico atacou a cidade iraquiana de Mossul. O tom ficou
ainda mais severo em dezembro, quando o papa Francisco pediu que “todos os
dirigentes muçulmanos do mundo, (sejam eles) políticos, religiosos ou
acadêmicos”, se pronunciassem claramente contra a violência jihadista.
Recentemente, o chefe da Igreja Católica chegou a acusar a comunidade
internacional de “querer esconder” as perseguições contra os cristãos
Segundo um relatório anual do World Watch Monitor, 4.334
cristãos (católicos, protestantes, anglicanos e ortodoxos) foram mortos em
2014.
MSN
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