A cunhada do ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, se
entregou à Polícia Federal, em Curitiba, por volta das 14h desta sexta-feira,
17. Marice Correa de Lima chegou de táxi, acompanhada de seu advogado, o
criminalista Claudio Pimentel. Marice está com prisão temporária decretada pela
Justiça Federal do Paraná, base da Operação Lava Jato. A cunhada de Vaccari
teve seu nome citado nas primeiras fases da Operação Lava Jato, no início de
2014. Ela teria recebido propina no dia 3 de dezembro de 2013 da empreiteira
OAS, alvo da investigação sobre corrupção e desvios na Petrobras. Os valores
teriam sido entregues em espécie a mando do doleiro Alberto Youssef, peça
central da Lava Jato, no endereço onde ela mora, em São Paulo.
A PF suspeita que Marice e outros familiares de Vaccari – a
mulher, Giselda, e a filha Nayara - foram usadas para ocultar valores ilícitos
arrecadados pelo ex-tesoureiro do PT. Uma linha da investigação aponta para
negócio lucrativo que Marice realizou com a OAS. Ao comprar um apartamento Bancoop
da empreiteira ela lucrou 100% em apenas um ano – adquiriu o imóvel por R$ 200
mil e o vendeu um ano depois por R$ 432 mil para a própria empreiteira.
A força-tarefa da Lava Jato vê “caráter fraudulento” na
transação. Os procuradores da República e a PF suspeitam que o negócio “serviu
para ocultar e dissimular a origem ilícita dos recursos, tratando-se de
possível vantagem indevida paga pela OAS a João Vaccari Neto”. Marice, segundo
informa o pedido de prisão, “funcionava como uma auxiliar de João Vaccari Neto
para operacionalizar a propina destinada ao Partido dos Trabalhadores”. Os
investigadores acreditam que a cunhada “recebia vantagens indevidas destinadas
a Vaccari”.
Ricardo Brandt, Estadão Conteúdo
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