O dólar caiu nesta sexta-feira, em linha com o mercado
externo, e encerrou a quarta semana seguida em baixa, em meio a um cenário
político local mais favorável e com indicadores econômicos dos Estados Unidos
ainda fracos. A moeda norte-americana fechou em queda de 0,89 por cento, a
2,9550 reais na venda nesta sexta-feira, após fechar a sessão anterior abaixo
dos 3 reais pela primeira vez desde 4 de março. Na semana, o dólar acumulou
perda de 2,84 por cento. Segundo dados da BM&FBovespa, o giro financeiro
ficou em torno de 771 milhões de dólares.
A moeda norte-americana permaneceu perto da estabilidade
durante a maior parte da manhã, firmando-se em terreno negativo na parte da
tarde acompanhando o movimento de queda no exterior. Na máxima desta sessão, o
dólar chegou a subir 0,36 por cento, a 2,9924 reais, e na mínima recuou 0,94
por cento, a 2,9534 reais. No cenário externo, a desvalorização da moeda
norte-americana, de cerca de 0,3 por cento ante uma cesta de moedas, era
amparada pelo dado fraco de encomendas das indústrias dos EUA. As encomendas de
bens de capital, excluindo o setor de defesa e aeronaves, caíram 0,5 por cento
no mês passado após queda revisada de 2,2 por cento em fevereiro, que foi o
maior recuo desde julho de 2013.
"Foi mais um indicador ruim de atividade nos Estados
Unidos", disse o economista da Tendências Consultoria Silvio Campos Neto,
acrescentando que o dado mais fraco consolida a expectativa de que o banco
central norte-americano vai manter um comunicado de política monetária mais
expansionista na reunião da próxima semana. Na últimas quatro semanas, a queda
do dólar ante o real foi influenciada por uma série de indicadores econômicos
mostrando uma lenta recuperação nos EUA, o que poderia levar o Federal Reserve
a adiar o início do processo de elevação da taxa de juros nos EUA, e por um
cenário político local mais tranquilo.
"Ainda pode haver turbulências com as votações de
medidas no Congresso, mas as sinalizações de que o governo está engajado em
mudanças, principalmente no ajuste fiscal, foram favoráveis", disse Campos
Neto.
Nesta sexta, o BC brasileiro vendeu a oferta integral de até
10,6 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em 4 de maio, equivalentes
a 10,115 bilhões de dólares. Até o momento, a autoridade monetária já rolou
cerca de 81 por cento do lote total.
Economia & Negócios
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