Os depósitos fracionados, no limite próximo de R$ 10 mil, sem
identificação do depositante, na conta de Giselda Rousie de Lima são um dos
elementos que levaram sua irmã Marice e o marido para a prisão. Os procuradores
da força-tarefa da Operação Lava Jato anexaram ao novo pedido de prisão da
cunhada de João Vaccari Neto, Marice Corrêa de Lima, o registro dos depósitos
"picados" que somaram R$ 322,9 mil feitos na conta da irmã e mulher
do ex-tesoureiro do PT. Os depósitos fracionados, no limite próximo de R$ 10
mil, sem identificação do depositante, na conta de Giselda Rousie de Lima são
um dos elementos que levaram sua irmã Marice e o marido para a prisão. O
ex-tesoureiro petista está detido desde o dia 15, preventivamente. A cunhada,
desde o dia 17, e teve ontem sua temporária de cinco dias renovada pelo juiz
federal Sérgio Moro - que conduz os processos da Lava Jato.
"Tudo indica que Giselda recebe uma espécie de 'mesada'
de fonte ilícita paga pela investigada Marice, sendo que os pagamentos
continuam sendo feitos até março de 2015?, informa o Ministério Público
Federal, em pedido acatado nesta terça-feira, 21, pela Justiça Federal. Consta
no documento ainda os valores de acima de R$ 10 mil depositados em dinheiro na
conta da mulher de Vaccari entre 2008 e 2012 sem identificação de origem que
totalizar outros R$ 260,5 mil. Os dados são da Informação nº 86/2015, da Procuradoria,
anexado ao pedido. A força-tarefa da Lava Jato suspeita que a cunhada do
tesoureiro do PT "funcionava como uma auxiliar para operacionalizar a
propina destina ao Partido dos Trabalhadores". Os investigadores acreditam
que a cunhada "recebia vantagens indevidas destinadas a Vaccari".
Nesta terça-feira, 21, ao determinar a nova prisão de Marice,
a Justiça considerou o fato de que ela teria mentido sobre ser a origem de
depósitos não identificados para a conta da irmã, ainda este ano, segundo
aponta o MPF. Imagens anexadas ao processo, das câmeras de bancos, mostram que
a cunhada pode ter sido a origem desses depósitos e que eles teriam continuado
até março. Os analistas do Ministério Público verificaram operações de
depósitos bancários ocorridas com "características de fracionamento"
ou em valores próximos ao limite de identificação da operação pela instituição
bancária - a Circular 3461/09, do Banco Central, estabelece que os bancos devem
identificar transações realizadas com uma mesma pessoa que superem a quantia de
R$ 10 mil. Em 2008, os depósitos fracionados na conta da mulher do tesoureiro
do PT bateram em R$ 16 mil. Já em 2011, saltaram para R$109,1 mil.Em 2014, ano
que estourou a Operação Lava Jato, os ?picados? abasteceram em R$ 31,5 mil a
conta de Giselda. A Polícia Federal segue ainda a análise do material recolhido
na casa de Marice no dia 15. Os investigadores receberam orientação para
inspecionarem o apartamento em São Paulo.
O criminalista Cláudio Pimentel, que defende Marice Corrêa
Lima, afirma que toda sua movimentação financeira está declarada no Imposto de
Renda. Ontem, o advogado afirmou que não entrar com pedido de habeas corpus nos
tribunais superiores.
"Não há nenhuma razão para ela ficar presa. Ela jamais
pensou em fugir. A demonstração inequívoca disso é que ela se apresentou.
Afinal, quem quer fugir vai retornar ao Brasil, como ela fez
espontaneamente?"
Com informações do Estadão Conteúdo.
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