A Força Sindical e as demais Centrais realizaram nesta
segunda (02), em frente à Superintendência Regional do Trabalho, em São Paulo,
com a presença de duas mil pessoas, ato reivindicando a revogação das MPs 664 e
665, que alteram as regras do seguro-desemprego, abono salarial, seguro-defeso,
pensão por morte, auxílio-doença e auxílio-reclusão. O protesto foi realizado
em várias capitais e no Interior de SP no mesmo dia em que entrou em vigor a
restrição ao pagamento do seguro-desemprego. Antes, o trabalhador tinha de
trabalhar seis meses ininterruptos para receber o seguro. Agora, terá de
trabalhar dezoito meses dos 24 anteriores à dispensa. Para o 2º acesso
precisará trabalhar doze dos dezesseis meses anteriores.
“As MPs são um crime contra os trabalhadores, e quem não se
enquadrar às normas não recebe o benefício. Milhares de desempregados serão
excluídos justamente quando mais precisam de dinheiro para manter seu sustento,
que inclui alimentação, moradia e transporte para procurar emprego”, declara
Miguel Torres, presidente da Força.
Segundo ele, o ato teve o objetivo de mostrar à sociedade a
indignação dos trabalhadores, que serão prejudicados com as MPs: “Não podemos
ficar calados! Março será um mês de manifestações contra as medidas”, afirma. Para
João Carlos Gonçalves, Juruna, secretário-geral da Central, os trabalhadores
não podem pagar a conta da crise. “Não aceitamos que façam economia em cima do
pobre, em cima do desempregado. Os mais prejudicados serão os comerciários e
trabalhadores da construção civil, devido à alta rotatividade”.
Após o ato, o superintendente regional do Trabalho em São
Paulo, Luiz Antonio de Medeiros, recebeu uma comissão de trabalhadores e
declarou: “Se eu não fosse delegado do Trabalho estaria com vocês nas ruas”.
Medeiros lembrou que as rescisões de trabalhadores com até um ano de casa não
são fiscalizadas. “É preciso fiscalizar. Existe o direito adquirido e o
privilégio. É preciso acabar com os privilégios e distorções”, destacou.
Ascom Força Sindical
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