Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) aprovaram
nesta quarta-feira, 4, por unanimidade a extinção da pena imposta ao
ex-presidente do PT José Genoíno no processo do mensalão. Ele foi beneficiado
pelo indulto natalino, previsto em decreto assinado pela presidente Dilma
Rousseff em dezembro do ano passado. Genoíno é o primeiro dos réus condenados
no processo do mensalão a se livrar da pena. O ex-presidente do PT foi
condenado em 2012 a 4 anos e 8 meses de prisão por corrupção ativa e passou a
cumprir a pena em novembro de 2013. No final do ano passado, o ex-parlamentar
conquistou a progressão de pena e passou para o regime aberto. Atualmente, ele
está em prisão domiciliar. O decreto presidencial de 24 de dezembro do ano
passado, praxe no período de natal, concedeu o perdão da pena para aqueles que
tiverem pena privativa de liberdade inferior a oito anos e que tenham cumprido
um terço da pena para o caso de presos não reincidentes.
Até 25 de dezembro, quando começou a valer o decreto
presidencial, o ex-deputado havia cumprido um ano, um mês e dez dias da pena,
período que foi estendido pelo fato de o réu ter conseguido reduzir 34 dias da
punição, alcançando com isso o período mínimo necessário para pedir o
benefício, de um ano, dois meses e 14 dias. Com a extinção da punibilidade,
aprovada pelo STF nesta tarde, Genoino não é mais um condenado e, portanto, não
tem nenhum tipo de restrição. O relator das execuções penais do mensalão no
STF, ministro Luís Roberto Barroso, seguiu parecer da procuradoria-geral da
República para conceder o benefício a Genoino. Todos os ministros acompanharam
o voto de Barroso. “O senhor procurador-geral da República entendeu que a hipótese
era de incidência do indulto, pois se ajustava aos requisitos objetivos e
subjetivos”, disse Barroso. “Como esse foi um julgamento emblemático e essa é a
primeira situação de extinção de punibilidade (no mensalão), me pareceu por bem
dar ciência formal ao plenário e submeter ao plenário minha decisão”, completou
o ministro.
Atualmente, um ano e quase quatro meses depois das primeiras
prisões, o núcleo político envolvido no esquema de corrupção está fora da
cadeia, cumprindo o restante da pena em regime aberto. O último a conquistar o
benefício foi o ex-presidente da Câmara dos Deputados João Paulo Cunha (PT-SP),
que foi liberado para cumprir pena em casa na última semana, após passar por
audiência na Vara de Execuções das Penas e Medidas Alternativas (Vepema).
Também já foram autorizados a mudar de regime o ex-ministro José Dirceu, o
ex-deputado José Genoino (PT), o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, o
ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, Valdemar Costa Neto (PR-SP), Bispo
Rodrigues e Pedro Corrêa (PP-PE) e o ex-tesoureiro do extinto PL Jacinto Lamas.
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