A apreensão dos investidores com a queda dos preços do
petróleo e incertezas sobre o futuro do programa de intervenções do Banco
Central (BC) no câmbio motivou o dólar a atingir o maior patamar em quase 10
anos nesta sexta-feira. A moeda americana terminou o dia em alta de 0,14%, a
2,6512 reais, após alcançar 2,6785 reais na máxima da sessão. Trata-se da maior
alta de fechamento desde 1º de abril de 2005 (2,660 reais).
No cenário externo, a derrocada dos preços do petróleo no
menor valor em cinco anos tem alimentado a aversão ao risco, diante do cenário
de menor atividade global. Soma-se a isso a expectativa de que o Federal
Reserve banco central dos EUA, elevará sua taxa básica de juros no ano que vem
o que deve atrair para a maior economia do mundo capitais aplicados em outros
mercados, como o brasileiro.
Outro fator que contribuiu para a alta é interno: aumentou a
tensão em relação à possibilidade de o BC brasileiro diminuir sua atuação no
câmbio no ano que vem. Atualmente, ela é feita por ofertas diárias de até 4 mil
swaps cambiais, equivalentes a venda futura de dólares, e está marcada para
durar até o fim deste ano. O presidente da autoridade monetária, Alexandre
Tombini, tem dito que o atual estoque é suficiente para atender a demanda por
proteção cambial.
"O programa do BC é o principal foco do mercado no curto
prazo. O mercado está colocando cada vez mais no preço o término do programa,
para se proteger enquanto o BC não se pronuncia", disse o operador de um
importante banco internacional. Nesta manhã, o BC vendeu a oferta total de até
4 mil swaps pela ração diária, com volume equivalente a 197,9 milhões de
dólares.
Escreve Veja.com
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